Entusiasmo e expectativa: líderes latinos pró-Lula celebram decisão do STF
Resumo da notícia
- Buenos Aires recebe encontro de líderes progressistas este fim de semana
- Decisão do STF no Brasil causou alvoroço entre os participantes
- Haddad cancelou participação devido à expectativa de soltura de Lula
Líderes de esquerda que chegam a Buenos Aires para um encontro neste fim de semana receberam com "entusiasmo" e "expectativa" a notícia da possível soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em função da decisão de ontem do STF.
A capital argentina sedia o encontro do chamado Grupo de Puebla, que se define como uma aliança progressista latino-americana e tem a presença de 32 líderes do continente e da Europa, incluindo a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff (PT) e a ex-ministra e ex-candidata à presidência da Colômbia, Clara López Obregón.
"[Recebemos a notícia] com alvoroço porque sempre confiamos no presidente Lula. Mas também com indignação, porque as maquinações do juiz Moro e equipe evitaram que Lula fosse presidente do Brasil", disse a colombiana ao UOL em Buenos Aires.
López Obregón diz que no primeiro encontro do grupo, realizado em julho na cidade de Puebla, no México, a questão de Lula "e a guerra jurídica contra as lideranças progressistas da América Latina" foi um tema central.
A edição portenha da reunião do Grupo de Puebla começa nesta noite com um jantar privado e terá abertura oficial amanhã com discurso do presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández. Ele foi um dos que impulsionou a formação do grupo ao lado do ex-deputado chileno, Marco Enríquez Ominami.
Presidente eleito argentino postou LulaLivreAmanhã
Após a notícia do STF, Fernández, que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como vice e chegou a visitar Lula na prisão, escreveu que "a demanda de tantos valeu a pena", completando com a hashtag "Lula Livre amanhã".
Já Marco Enríquez Ominamim que foi candidato à presidência do Chile, falou em "expectativa".
"Os ex-presidentes, chanceleres e líderes estão chegando [a Buenos Aires], vai ser uma jornada muito importante e efetivamente, há uma declaração final, e vai haver debate sobre isso [a soltura de Lula]", afirmou à reportagem antes do encontro, para o qual estava prevista a participação também de Fernando Haddad, que cancelou a ida após a decisão do STF.
Também é esperada em Buenos Aires a chegada do ex-chanceler brasileiro Celso Amorim e de Aloizio Mercadante, do PT (Partido dos Trabalhadores).
Amorim diz que "inevitavelmente o assunto [soltura de Lula] será debatido"no evento.
À situação do petista se soma a ratificação nesta quinta-feira, pela Justiça do Equador, da ordem de prisão preventiva contra o ex-presidente Rafael Correa - que integra o grupo, mas não vem a Buenos Aires.
Para Amorim, "a Lawfare terá que ser um tema importante do encontro", diz, utilizando o termo que se refere à utilização da lei com fins políticos.
Diferenciação com o Foro de São Paulo
Segundo o líder chileno Ominami, o grupo de Puebla foi criado para "pensar o progressismo em termos contemporâneos e articular consensos regionais" com reuniões a cada quatro meses, e os integrantes são "homens e mulheres livres", não partidos.
Essa, explica, é uma importante diferença para o Foro de São Paulo, que agrupa partidos de esquerda do continente.
Segundo ele, existem algumas interpretações "legítimas, mas equivocadas" de que o Foro de São Paulo seria superado pelo Grupo de Puebla. "Isso não é verdade. Nós declaramos por escrito nossa admiração e respeito ao que o Foro de São Paulo representa", diz.
Outra das diferenças é o contexto do nascimento da nova agrupação, após a derrota sistemática da esquerda em eleições da região, mesmo depois de, segundo ele, terem sido "os melhores governos dos últimos 40 anos da América Latina" e "a melhor resposta para a desigualdade e a pobreza", enquanto o Foro de São Paulo "é parte de uma tradição progressista".
Entre os integrantes do Grupo de Puebla também estão o ex-presidentes Pepe Mujica, do Uruguai, Ernesto Samper, da Colômbia, Fernando Lugo, do Paraguai, da Espanha, Jose? Luis Rodri?guez Zapatero, Leonel Ferna?ndez da República Dominicana, o candidato à presidência do Uruguai Daniel Martínez, Cuauhte?moc Ca?rdenas, do México, o vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera.
"Também vamos falar sobre saídas para superar o modelo econômico que está gerando as explosões sociais no Chile e no Equador, e gerando desigualdade e descontento em todo o continente", conclui López.
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