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Evo Morales cogita morar na Argentina e quer ir à posse de Fernández

15.nov.2019 - O ex-presidente da Bolívia Evo Morales em entrevista à Reuters na Cidade do México - Edgard Garrido/Reuters
15.nov.2019 - O ex-presidente da Bolívia Evo Morales em entrevista à Reuters na Cidade do México Imagem: Edgard Garrido/Reuters

Do UOL, em São Paulo

30/11/2019 18h12

Exilado no México desde o último dia 12, o ex-presidente da Bolívia Evo Morales diz que pensa em morar na Argentina.

Em entrevista à rede de televisão argentina TN, Morales não economizou elogios a Alberto Fernández, eleito no final de outubro, e afirmou que planeja comparecer à posse do novo presidente do país vizinho, prevista para 10 de dezembro.

Morales renunciou à presidência da Bolívia no último dia 10, após eleições marcadas por indícios de fraude. Ele afirma que Fernández fez diversas ligações no dia seguinte à renúncia e salvou a sua vida.

O ex-presidente da Bolívia disse que no México ele é tratado "quase melhor que em casa", mas manifestou interesse em ir à Argentina, onde seus dois filhos conseguiram asilo. "Não está definido, mas é claro que a Argentina estaria mais perto [da Bolívia do que o México], acrescentou.

Morales insistiu que foi traído pela cúpula militar e que a suposta fraude era um pretexto para o golpe. "Tive muitas reuniões com instituições estatais e sempre pedi que as regras fossem aplicadas", afirmou.

Crise política e social

Evo Morales renunciou por pressão das Forças Armadas após uma auditoria da OEA (Organização dos Estados Americanos) apontar irregularidades na apuração dos votos das eleições presidenciais de 20 de outubro, nas quais ele foi reeleito em primeiro turno para o quarto mandato consecutivo.

Janine Áñez, senadora de oposição, assumiu a presidência interina em sessão no Parlamento que não contou com a presença dos representantes do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Morales. Ela anunciou que vai convocar novas eleições e revogação a decisão constitucional que permitiu a Evo Morales disputar o quarto mandato, mesmo depois de o povo boliviano ter negado a nova reeleição em referendo em 2016.

A crise política na Bolívia gerou conflitos nas ruas. O país tem mais de 30 mortos e 800 feridos desde as eleições de 20 de outubro —grande parte em confronto com forças de segurança. A presidente interina Janine Áñez chegou a decretar imunidade penal a militares e policiais, mas a decisão foi revogada na quinta-feira (28).

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