Voltamos e seremos melhores, diz Alberto Fernández à multidão após posse
Resumo da notícia
- Vice de Fernández, Cristina Kirchner teve dois mandatos como presidente até perder eleição de 2015 para Mauricio Macri
- Depois de divergências com Cristina, Fernández se uniu a ela em 2019 -- foi ela quem pediu que ele fosse o candidato
- Ele havia sido chefe de gabinete do ex-presidente Néstor Kirchner, que foi marido de Cristina
- Cristina, em discurso, disse ter sido alvo de perseguição por opositores nos últimos anos
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse na noite desta terça (10) que após quatro anos, ele e aliados de seu movimento político voltaram ao poder e serão "melhores". Sua vice, Cristina Kirchner, governou a Argentina por dois mandatos até que o candidato apoiado por ela em 2015, Daniel Scioli, perdeu as eleições para Mauricio Macri.
"(Durante) Quatro anos escutamos dizer que não voltávamos mais, mas nesta noite voltamos e vamos ser melhores", disse o novo presidente, em um palco montado na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, onde uma multidão acompanhou, durante a tarde, um festival organizado para o dia da posse.
Ele afirmou que os últimos quatro anos foram "difíceis" para todos e que para Cristina Kirchner "mais difícil que para outros". O novo presidente prometeu que na nova Argentina acabarão o poder Judiciário que utiliza as prisões preventivas para amedrontar opositores e os "linchamentos midiáticos".
Durante o último governo, diversos processos foram abertos contra a ex-presidente e membros de seu governo presos preventivamente. Durante a manhã, no discurso de posse, ele afirmou que enviará ao parlamento um conjunto de leis para reformar o sistema judicial do país de forma integral.
Do palco, Fernández disse que sempre agradecerá por ter conhecido o ex-presidente Néstor Kirchner, de quem foi chefe de gabinete, e Cristina Kirchner, que pediu que ele fosse o candidato presidencial nas eleições de outubro.
Ele, que renunciou ao cargo de chefe de gabinete por divergências com a ex-presidente, disse que a distância favoreceu que "voltassem a ganhar os que sempre colocam obstáculos, pedras, para que a Argentina cresça e se desenvolva, que periodicamente aparecem para nos endividar, para privilegiar os seus amigos, para postergar os que trabalham, para deixar as famílias com fome".
Neste momento do discurso, os apoiadores na praça começaram a cantar contra o ex-presidente Mauricio Macri, ao que Fernández interveio: "Não, não, tudo isso já passou. O importante é que hoje nesta praça está a Cristina, estou eu, unidos, decididos a colocar a Argentina de pé".
Fernández também afirmou que começam tempos diferentes "à meritocracia do individualismo, à política do cada um que se salve e que o outro se vire, vamos impor a solidariedade que sempre nos fez viver". "Somos um movimento político que nasceu na face da terra para ser solidário com o próximo", disse, sobre o peronismo.
Segundo ele, os que passam por momentos difíceis, os que ficaram sem trabalho e os que caíram na pobreza "serão os únicos privilegiados na Argentina que se inicia".
De acordo com o Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina, o índice de pobreza no país chegou a 40,8% no terceiro trimestre. A cifra é ainda maior entre crianças adolescentes (0 a 17 anos): 59,5%. Fernández coloca a luta contra a fome como uma prioridade de seu governo.
Pedido de Cristina
Antes de Fernández, Cristina Kirchner também discursou e elogiou sua decisão de retirar as grades, colocadas durante a gestão de Macri, que dividiam a Casa Rosada da Praça de Maio, cenário histórico de manifestações, afirmando que eram um "símbolo da divisão entre o povo e o governo". Ela também elogiou o discurso do presidente na cerimônia de posse.
"Presidente, confie sempre no seu povo, eles não traem, são os mais leais, só pedem que os defendam e os representem. Não se preocupe, presidente, com as capas de um jornal. Preocupe-se em chegar ao coração dos argentinos e eles sempre vão estar com você. Nunca se esqueça", pediu.
A ex-presidente também se referiu a "4 anos muito duros". "Também foram duros para os que foram objeto de perseguição, buscaram que nós literalmente desaparecêssemos como seres humanos quase, através da humilhação e da perseguição. No entanto, apesar de tudo isso hoje estamos aqui", disse.
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