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Governo Maduro acusa Brasil de abrigar "terroristas" após acolher militares

28.jul.2019 - Líder venezuelano, Nicolás Maduro, em discurso durante o Foro de São Paulo no Palácio Presidencial de Miraflores em Caracas - Federico Parra/AFP
28.jul.2019 - Líder venezuelano, Nicolás Maduro, em discurso durante o Foro de São Paulo no Palácio Presidencial de Miraflores em Caracas Imagem: Federico Parra/AFP

Do UOL, em São Paulo

30/12/2019 07h31

O governo da Venezuela criticou o abrigo dado pelo governo brasileiro aos cinco militares venezuelanos encontrados na fronteira.

Em um comunicado divulgado por Jorge Arreaza, ministro de Relações Exteriores da Venezuela, ontem, o governo vizinho diz "rechaçar categoricamente a decisão do governo da República Federativa do Brasil de dar condição de refugiados a cinco terroristas".

Os militares são acusados de um ataque registrado no domingo passado, dia 22, contra uma unidade militar no estado de Bolívar (sul). Um militar foi morto e fuzis e lança-foguetes foram roubados. Seis militares foram detidos.

"A República Bolivariana da Venezuela denuncia ante a comunidade internacional esta insólita decisão que confirma o padrão de proteção e cumplicidade de governos satélites dos Estados Unidos para agredir a paz da Venezuela através de mercenários que confessaram seus crimes, sobre os quais existe demonstrada convicção de provas, treinados, pagos e protegidos por governos de países vizinhos", continua a nota.

O Itamaraty não confirmou ter concedido status de refugiados aos militares. O Ministério das Relações Exteriores afirmou no sábado que os cinco militares venezuelanos que foram localizados pelo Exército brasileiro em uma reserva indígena em Roraima no dia 26 de dezembro iniciarão procedimentos para solicitar refúgio no Brasil, "a exemplo de outros militares venezuelanos em situação similar".

Nenhuma nova informação foi divulgada da parte do governo brasileiro.

Três militares reivindicaram a autoria do ataque

Ontem, três militares reivindicaram a autoria do ataque realizado no último dia 22. Através de um vídeo, José Hidalgo, Franklin Caldera e Russo Cárdenas garantiram terem sido os líderes do grupo rebelde que levou as armas, que asseguraram terem sido utilizadas para proteger a população venezuelana.

"Nos vimos obrigados a fazer uso da força em terra para defender e fazer respeitar nossa Carta Magna, de quem tem sequestrado os poderes públicos da nação, por meio da fraude e da manipulação das leis", afirmou Hidalgo, lendo um texto diante da câmera.

Pelo ataque, 12 pessoas foram detidas, incluindo o parlamentar de oposição Gilber Caro. O governo liderado por Nicolás Maduro aponta que Brasil, Colômbia, Equador e Peru foram cúmplices dos rebeldes. Todas as nações acusadas negaram envolvimento com a ação do dia 22.