Irã confirma que disparou dois mísseis na direção de avião ucraniano
O Irã confirmou hoje que dois mísseis foram disparados em 8 de janeiro na direção do Boeing 737 da companhia Ukraine International Airlines, um erro catastrófico que provocou a morte das 176 pessoas a bordo e protestos contra o governo no país.
De acordo com um relatório preliminar da Organização da Aviação Civil (CAO) do Irã publicado hoje, os investigadores que tiveram acesso a informações militares "descobriram que dois mísseis Tor-M1 foram disparados do norte na direção do avião".
O Tor-M1 é um míssil terra-ar de curto alcance desenvolvido pela antiga União Soviética e especialmente projetado para atacar aviões, helicópteros, drones, ou mísseis de cruzeiro.
O avião civil ucraniano havia decolado do aeroporto de Teerã com destino a Kiev em 8 de janeiro e caiu pouco depois de iniciar seu voo, em um terreno baldio.
O relatório garante que está analisando o "efeito desses disparos de mísseis" na queda acidental.
As informações da Organização da Aviação Civil iraniana confirmam o que foi publicado recentemente pelo "The New York Times". O jornal autenticou um vídeo mostrando dois mísseis lançados na direção da aeronave.
O Estado-Maior iraniano reconheceu em 11 de janeiro, três dias depois da catástrofe, a responsabilidade de suas forças armadas neste terrível acidente.
O general Amirali Hajizadeh, chefe da seção aeroespacial da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irã, assumiu total responsabilidade, mas mencionou apenas um míssil.
Ler as caixas-pretas
Ciente de que os olhos da comunidade internacional estão voltados para esse acidente, o governo iraniano prometeu rapidez e transparência para esclarecer os fatos.
A derrubada acidental do avião causou protestos contra o governo em várias cidades durante dias. Os manifestantes chamaram o governo de "mentiroso" e o acusaram de querer encobrir a verdade.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, negou que o governo pretendesse esconder a verdade do povo e exigiu "explicações" do Estado-Maior.
Na sexta-feira, o guia supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, disse que essas manifestações não representavam os sentimentos do povo iraniano e acusou os "inimigos" do país de usarem esse acidente para fins de propaganda e prejudicar o governo de Teerã.
Em seu relatório, a Organização da Aviação Civil disse não ser capaz de acessar as informações de voo e as gravações da cabine, ou seja, as caixas-pretas, por serem muito sofisticadas.
Também sugeriu que o Irã quer manter as caixas-pretas por enquanto.
A Ucrânia pediu as duas caixas-pretas ao Irã, e o Canadá disse que quer que elas sejam enviadas para a França, ou para a Ucrânia.
"Se o material for entregue, as informações (das caixas-pretas) poderão ser restauradas e recuperadas em pouco tempo", afirmou a aviação civil iraniana.
Esse organismo garantiu que solicitou às suas contrapartes na França e nos Estados Unidos, BEA e NTSB, respectivamente, material para ler as informações contidas nessas caixas-pretas.
Nenhuma organização "respondeu positivamente" até agora, segundo o Irã.
* Com informações da AFP
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