Em Portugal, homem vai a julgamento por agredir a mulher durante 42 anos
Um homem de 63 anos está segundo julgado no Tribunal de Matosinhos, cidade portuguesa na região metropolitana do Porto, sob acusação de violência doméstica e porte ilegal de arma de fogo. A ex-mulher dele afirma ter sido alvo de maus-tratos físicos e psicológicos durante 42 anos.
De acordo com o jornal Correio da Manhã, o Ministério Público português afirma que a vítima foi alvo de agressões a socos e chutes. No ano passado, ele foi oficialmente denunciado.
Em uma das agressões relatadas, a mulher — hoje com 64 anos — foi golpeada quando estava com o filho recém-nascido do casal no colo. Ela alega ainda ter sido trancada dentro de casa e ter sofrido pelo menos uma tentativa de asfixia.
As agressões começaram, segundo a portuguesa, um mês após o casamento, quando foi atingida por um tapa. "Ele me batia muitas vezes com a cabeça contra as portas. Eu ia trabalhar sempre com hematomas e dizia às pessoas que tinha sido sozinha. Na festa dos 10 anos do meu filho, por exemplo, quebrei um copo, e só por isso ele me bateu tanto, tanto, que eu abri a porta de casa para gritar por socorro", contou ela ao diário lusitano.
"Numa fase recente, ele passou a controlar a quilometragem do carro e perguntava por onde eu tinha andado para ver se batia. Trazia também pão ao final do dia e, se eu não comesse no dia seguinte, dizia que eu tinha saído com amantes", acrescentou a mulher, que já prestou depoimento.
Em 2017, a vítima afirmou ter sido agredida quando dava almoço ao neto. Naquele ano, percebeu que precisava mudar de rumos. No entanto, as queixas contra o então marido só foram prestadas oficialmente em 2019. Desde então, segundo ela, o filho e a nora do casal se afastaram. Ela também perdeu o contato com os netos.
O ex-marido vive hoje com o filho, a nora e os netos. Também segundo o diário, o acusado sacou o dinheiro das contas conjuntas do casal ao perceber que a mulher queria se separar. A iniciativa também foi parar nos tribunais.
O homem, ao tribunal, negou as acusações. A procuradoria pede uma indenização de 5 mil euros (R$ 23,4 mil), mas o advogado da mulher entrou com um pedido por uma indenização de 20 mil euros (R$ 93,7 mil).
"Cheguei à conclusão de que ninguém merece viver assim. Eu não estava vivendo, aquilo não era vida", analisou ela.
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