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Países se fecham contra o coronavírus; Madri vira cidade-fantasma

Gran Vía, uma das principais ruas de Madri, ficou vazia neste sábado - Javier Soriano/AFP
Gran Vía, uma das principais ruas de Madri, ficou vazia neste sábado Imagem: Javier Soriano/AFP

Da RFI

14/03/2020 12h33

Comércios fechados, praças e parques desertos: a pulsante capital espanhola e outras importantes cidades, como Sevilha, se transformaram em cidades-fantasma hoje (14). O governo da Espanha decretou "estado de alerta" contra o coronavírus, no segundo país mais atingido pela pandemia na Europa.

Em Madri, as movimentadas Puerta des Sol e Plaza Mayor, habitualmente tomadas pela multidão, estavam vazias nesta tarde. Apenas alguns policiais, funcionários de limpeza municipal e turistas isolados circulavam. A região madrilena, a mais afetada pelo coronavírus no país, determinou que todos os estabelecimentos comerciais devem fechar, à exceção dos de primeira necessidade, na tentativa de frear a epidemia. No balanço atualizado, a região teve 133 mortes.

Em menos de uma semana, o país viu o número de infectados aumentar por dez. No total, mais de 5,7 mil casos foram registrados na Espanha.

No mundo todo, os países continuam a adotar medidas de emergência e a fechar suas fronteiras para conter a pandemia de coronavírus. Os Estados Unidos declararam estado de emergência ontem (13).

A Venezuela, com dois casos, se declarou em "estado de alarme". Já a vizinha Colômbia anunciou o fechamento das fronteiras terrestres com a Venezuela e restringiu a entrada de estrangeiros que estiveram na Europa e na Ásia nos últimos 14 dias.

O Uruguay impôs quarentena aos viajantes de nove países, e o Panamá suspendeu os voos com a Europa. A Arábia Saudita cancelou todos os voos internacionais a partir deste domingo, por 14 dias.

A epidemia já matou mais de 5,3 mil pessoas e contaminou 141 mil no mundo, em 124 países, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Museu mais visitado do mundo, Louvre, em Paris, fechou as portas - Gonzalo Fuentes/Reuters - Gonzalo Fuentes/Reuters
Museu mais visitado do mundo, Louvre, em Paris, fechou as portas
Imagem: Gonzalo Fuentes/Reuters

França realiza eleições sob fortes precauções

Na França, o último balanço indica 800 novas contaminações e 18 mortes em 24 horas, comprovando a aceleração da epidemia no país.

Neste contexto, o país se prepara para realizar o primeiro turno das eleições municipais, neste domingo. A votação se anuncia marcada por uma forte abstenção, por medo do coronavírus.

As mesas de votação, e os corredores e portas das seções serão desinfetados centenas de vezes durante o dia, garantem as autoridades, que também tomarão medidas para evitar filas e manter distâncias de segurança entre os eleitores.

Consumidores invadem mercados de deixam prateleiras vazias em Los Angeles devido ao pânico do coronavírus - Carolina Inoue/Código 19/Folhapress - Carolina Inoue/Código 19/Folhapress
Consumidores invadem mercados de deixam prateleiras vazias em Los Angeles devido ao pânico do coronavírus
Imagem: Carolina Inoue/Código 19/Folhapress

Pacote de ajuda nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, a Câmara dos Representantes aprovou na madrugada um pacote de medidas para ajudar a economia do país a enfrentar essa crise excepcional. O texto passou com ampla aprovação de republicanos e democratas, que atenderam ao apelo do presidente Donald Trump.

O Senado ainda deve votar as medidas, provavelmente na segunda-feira. Se aprovado, o pacote prevê que os testes de covid-19 serão gratuitos quando necessário, inclusive para quem não tem convênio de saúde. Os trabalhadores poderão se beneficiar de licenças do emprego de duas semanas a três meses, por razões familiares ou médicas.

Imagem aérea das ruas de Wuhan, na China - STR/AFP - STR/AFP
Imagem aérea das ruas de Wuhan, na China
Imagem: STR/AFP

China tem menor número de casos desde o início da epidemia

Enquanto isso, a China informou neste sábado apenas 11 novos casos do coronavírus. A maioria são pessoas procedentes do exterior.

Este é o menor número de novos infectados desde o início da publicação de estatísticas sobre o novo coronavírus, em janeiro. Do total de casos, só quatro foram registrados na cidade de Wuhan, epicentro do covid-19 e onde o vírus surgiu no final de 2019.

O presidente Xi Jinping afirma que a epidemia está "praticamente detida" no país, mas as autoridades sanitárias permanecem em alerta diante da chegada de viajantes infectados, especialmente de Irã, Coreia do Sul, Itália e Estados Unidos.