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Sexta-feira Santa: Papa agradece mensagem de presos e fala em misericórdia

Papa Francisco durante audiência transmitida pela internet de dentro do Vaticano em março - VATICAN MEDIA
Papa Francisco durante audiência transmitida pela internet de dentro do Vaticano em março Imagem: VATICAN MEDIA

Do UOL, em São Paulo*

10/04/2020 11h25

Em mensagem publicada nesta Sexta-Feira Santa, o Papa Francisco faz um agradecimento aos detentos da cidade de Pádua, na Itália, que escreveram as meditações que serão lidas pelo Pontífice durante a Via Sacra deste ano.

"Fiz minha morada em suas palavras e me senti acolhido, em casa. Obrigado por partilhar um pedaço de sua história comigo", escreveu. Além do agradecimento, Francisco afirmou que a história dos detentos lembra a situação de presos em todo o mundo.

"Na Via Sacra, vocês oferecem sua história a todos os que compartilham a mesma situação no mundo. É consolador ler uma história na qual habitam as histórias não apenas dos presos, mas de todos aqueles que se apaixonam pelo mundo do cárcere. Juntos, é possível. Juntos", afirma.

Em sua mensagem, o Pontífice ainda diz que "Deus fala de si mesmo e nos fala dentro de uma história, nos convida a uma escuta atenta e misericordiosa". Ele conclui seu recado com um abraço forte aos encarcerados que estão em seu coração e pedindo que rezem por ele.

Os textos que serão lidos pelo Papa Francisco na Via Sacra deste ano foram escritos por cinco detentos, uma família vítima de homicídio, a filha de um condenado a prisão perpétua, uma educadora, um juiz corregedor de presídios, a mãe de um presidiário, uma catequista, um sacerdote, um frade voluntário e um policial. Todos são ligados à ao cárcere "Due Palazzi", de Pádua, e aceitaram um convite do próprio Pontífice para escrever as meditações.

Devido à pandemia do novo coronavírus, as celebrações da Semana Santa foram limitadas ao essencial: as cerimônias comandadas pelo Papa Francisco na Santa Sé e nas igrejas não terão público e serão transmitidas pela internet, televisão e rádio.

Por orientação do Vaticano, as comemorações nas igrejas católicas do mundo todo também devem ser realizadas sem público.

Via Sacra não será no Coliseu

A Sexta-feira Santa tradicionalmente é marcada por duas principais celebrações. A primeira é a Liturgia da Paixão e da Adoração da Cruz, às 18h (hora local), (13h no horário de Brasília), na Basílica de São Pedro. Este ano o crucifixo de São Marcelo será coberto.

O pregador da Casa Pontifícia, frei Raniero Cantalamessa, fará uma meditação e em seguida o crucifixo será descoberto. Haverá veneração, mas não o beijo na cruz.

Mais tarde, às 21h (em Roma), (16h de Brasília), não haverá a Via-Sacra no Coliseu. A cerimônia será na Praça São Pedro, com as 14 estações que simbolizam o trajeto percorrido por Jesus carregando a cruz desde Pretório até ao Calvário onde faleceu. O percurso vai ser ao longo das colunas que circundam a praça e ao redor do obelisco central. Dois grupos levarão a cruz, respeitando a distância de segurança.

Trata-se de um momento importante na Igreja Católica dedicado também às meditações. Este ano o papa Francisco quis chamar a atenção para o sofrimento dos prisioneiros e a dedicação das pessoas que trabalham com a saúde salvando vidas em hospitais.

Dois detentos do cárcere "Due Palazzi", que escreveram as meditações da Via Sacra, estarão presentes, além de enfermeiros do FAS (Fundo de Assistência Médica Vaticana).

As cerimônias de sábado e domingo também terão mudanças por causa da pandemia.

*Com informações da RFI