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Contaminação em laboratório atrasa kits para testar covid-19 nos EUA

18.abr.2020 - Contaminação ocorreu dentro de laboratórios, em meio à produção de kits de teste - iStock
18.abr.2020 - Contaminação ocorreu dentro de laboratórios, em meio à produção de kits de teste Imagem: iStock

Do UOL, no Rio

18/04/2020 13h11

Resumo da notícia

  • A produção violou práticas de segurança, contaminando um componente
  • No mesmo ambientem era manipulado material sintético de coronavírus
  • Problema levou mais de um mês para ser resolvido, atrasando testes nos EUA

Uma contaminação nos centros de prevenção e controle de doenças no complexo de laboratórios em Atlanta, nos Estados Unidos, atrasou a produção de kits de teste para detectar o novo coronavírus.

As instalações que fabricaram o material, que fazem parte da principal instituição norte-americana para combater doenças catastróficas, violaram práticas de segurança em meio à produção, contaminando um dos componentes de teste, segundo o relato de cientistas em reportagem publicada pelo jornal The Washington Post.

Segundo os cientistas, uma das teses é de que a contaminação possa ter ocorrido porque as misturas químicas foram montadas nos kits no mesmo ambiente do laboratório onde também estava sendo manipulado material sintético de coronavírus.

Ainda de acordo com os cientistas, a forma de manejo do material foi incorreta, prejudicando os testes para o vírus. Segundo reportagem do Washington Post, os funcionários dos laboratórios violavam os seus próprios padrões para fabricar os kits.

Os profissionais dos laboratórios levaram mais de um mês para resolver o problema, resultando em atrasos nos testes em todo o país. De acordo com o jornal norte-americano, a constatação se baseou em documentos e entrevistas com mais de 30 cientistas para apurar o problema.

O desenvolvimento e a distribuição dos kits originais estão sujeitos a uma investigação liderada pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos, segundo autoridades federais. A instituição responsável pela produção dos kits não se manifestou publicamente.

Benjamin N. Haynes, porta-voz da entidade, fez uma declaração na sexta-feira, reconhecendo um controle de qualidade abaixo do padrão na fabricação dos kits de teste. "Esses esforços não foram suficientes nessa circunstância", afirmou, em um comunicado. A entidade afirmou, ainda, que colocou em prática um controle de qualidade aprimorado para resolver o problema.