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Trump está preocupado com imagem e questionará número de mortes, diz site

Presidente dos EUA não concorda com a decisão de incluir casos suspeitos nas estatísticas -
Presidente dos EUA não concorda com a decisão de incluir casos suspeitos nas estatísticas

Do UOL, em São Paulo

07/05/2020 14h56

O presidente americano Donald Trump não está satisfeito com o método de cálculo do número de mortes causadas pela covid-19 no seu país. Com os Estados Unidos liderando as estatísticas mundiais e tendo ultrapassado ontem 73.000 vítimas fatais, Trump começa a demonstrar preocupações sobre como a pandemia pode afetar sua imagem política.

Segundo o site de notícias americano Axios, o presidente tem se queixado a conselheiros próximos sobre a inclusão de casos suspeitos nas estatísticas de mortes. A mudança aconteceu recentemente e resultou, por exemplo, na adição de mais de 3.000 mortes suspeitas do estado de Nova York, mais afetado pela pandemia do coronavírus em território americano.

Um alto funcionário do governo disse que é esperado que Trump comece a criticar publicamente a contabilização de mortos. O presidente tem convicção de que os números estão superestimados.

Outra questão apontada por pessoas próximas a Trump para corroborar a tese dos números inflados é o bônus de 20% que o governo está dando para hospitais com pacientes em tratamento da covid-19. A inclusão de casos suspeitos ajudaria esses hospitais a receber mais dinheiro.

De acordo com a reportagem do Axios, outro alto funcionário da Casa Branca ponderou os pensamentos de Trump sobre a contagem de mortes.

"O ceticismo não é o caminho certo para enquadrá-lo. Os números foram revisados para incluir casos suspeitos", disse a fonte. "Então ele expressou a necessidade de transmitir isso de maneira adequada para a população americana, para que eles não se assustem sem saber por qual motivo os números aumentaram."

Apesar da linha de pensamento de Trump, não há indícios científicos de que os números americanos estejam inflados. Ao contrário, os pesquisadores são quase unânimes em apontar que as mortes podem ser muito mais numerosas pela falta de testes em massa para comprová-las.