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Araújo fala em criar boa relação com Biden: 'Aliança é com EUA, não Trump'

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo - Alan Santos/PR
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo Imagem: Alan Santos/PR

Do UOL, em São Paulo

13/08/2020 21h05

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou na tarde de hoje que mesmo se Donald Trump não for reeleito presidente dos Estados Unidos e perder o pleito para o democrata Joe Biden, o país deve manter alinhamento com o Brasil.

"Temos trabalhado muito bem com o governo de Trump, em todas as frentes, e se houver a reeleição em setembro, temos certeza que vai avançar. Mas se não houver, se Biden for eleito, acredito que vamos manter a boa relação", declarou Araújo em entrevista à CNN Brasil.

Araújo afirmou que a relação é benéfica para ambos os países. Mesmo sem citar nomes, ele declarou que gestões passadas no Brasil perderam a oportunidade de criar relações com os EUA, fosse com presidentes republicanos ou democratas, "por preconceito e reação ao país".

A aliança que estamos construindo com os Estados Unidos é com os Estados Unidos, não com o presidente Trump. E se viabiliza em grande parte pela liderança de Trump e de Bolsonaro, da amizade que construíram entre eles. Mas esse processo é visto como algo para ficar, algo bom para os dois países e não só para esse momento que estamos vivendo
Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores

Biden anunciou, nesta semana, a senadora da Califórnia, Kamala Harris, como sua vice na chapa. A parlamentar americana já divulgou postagens em redes sociais pedindo que Bolsonaro fosse responsabilizado pelos incêndios na Amazônia, no ano passado.

Disputa geopolítica por vacina

Araújo também declarou que, apesar das vacinas em desenvolvimento virem de países diferentes, o que importa é mais sua eficácia e menos a política da nação que a desenvolve.

"O importante é que a vacina funcione", disse ele. "Tem que se evitar esse clima de que é uma disputa. É disputa no sentido de concorrência de quem descobre primeiro, mas é uma boa concorrência porque é um tema de saúde. É importante que se apliquem os critérios se funciona ou não, se tem segurança para as pessoas que vão tomar a vacina ou não", acrescentou.

O ministro também citou a hidroxicloroquina, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como um exemplo de politização em torno de tratamentos para a covid-19.

"Tem que saber se funciona ou não, e não quem propõe ou não o uso do medicamento. Assim como houve politização em torno da hidroxicloroquina, que algumas pessoas não querem tomar por causa de quem propõe. Não pode ser assim."