Restaurantes na China vão reduzir comida servida para evitar o desperdício
O governo da China lançou uma campanha para combater o desperdício de comida com algumas iniciativas, no mínimo, curiosas. O líder do país, Xi Jinping, chegou a usar um poema ao fazer a divulgação, de acordo com informações do site The Guardian.
"O desperdício é vergonhoso e a economia é honrosa", disse Xi em um discurso publicado na terça-feira (11).
O foco no desperdício de alimentos vem após semanas de inundações em todo o país que destruíram as safras, contribuindo para o aumento dos preços dos alimentos — já mais altos após o surto de covid-19 paralisar a economia chinesa.
De 20% a 30% dos grãos da China são importados, segundo estimativas.
A iniciativa, batizada de Operação Pratos Vazios, já havia sido mencionada em 2013, mas foi retomada no discurso de Xi.
A associação que representa a indústria de catering em Wuhan pediu aos restaurantes da cidade — a primeira no mundo a ser afetada pela pandemia do novo coronavírus — que passem a adotar um sistema em que os clientes, quando estão em grupo, pedem um prato a menos do que o número de pessoas que vão comer.
E os restaurantes ainda devem oferecer porções médias ou menores, bem como caixinhas para que as sobras sejam levadas para casa.
Seguindo o exemplo de Wuhan, as cidades de Xianning e Xinyang também propuseram a implementação desse sistema, chamado de N-1.
Jornalistas locais já concluíram, visitando restaurantes, que "o desperdício de comida ainda é comum".
"Quatro pessoas pediram oito pratos, mas nem todos foram consumidos", de acordo com a manchete de um jornal chinês.
Culturalmente, na China, é considerado educado pedir mais comida do que o necessário.
Relatório de 2015 da Academia de Ciências da China e parceiros apontou que até 18 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas por ano nas grandes cidades, o suficiente para alimentar de 30 milhões a 50 milhões de pessoas por ano.
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