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Menos restritiva na pandemia, Suécia tem maior número de mortes em 150 anos

Cartaz assegura que o bar está aberto durante a pandemia do novo coronavírus em Estocolmo, Suécia - Colm Fulton/Reuters
Cartaz assegura que o bar está aberto durante a pandemia do novo coronavírus em Estocolmo, Suécia Imagem: Colm Fulton/Reuters

Do UOL, em São Paulo*

20/08/2020 12h15

A Suécia, que adotou medidas menos restritivas no combate à pandemia do coronavírus em relação a outros países europeus, registrou o maior número de mortes no primeiro semestre de 2020 em 150 anos. A informação é do Escritório de Estatísticas do país.

No período, o país registrou cerca de 4.500 mortes por covid-19 - um número que aumentou para 5.800 segundo os últimos índices de agosto -, uma porcentagem muito maior da população do que em outras nações nórdicas, embora menor do que em alguns outros, incluindo Grã-Bretanha e Espanha.

No total, incluindo outras causas, 51.405 suecos morreram no período de janeiro a junho, um número maior do que em qualquer ano desde 1869, quando 55.431 morreram, em parte como resultado de uma crise de fome. A população da Suécia era de cerca de 4,1 milhões na época, em comparação com 10,3 milhões agora.

O número de mortes, assim, ficou cerca de 10% mais alto do que a média do período dos últimos cinco anos. Em abril, o índice foi quase 40% superior à média devido a um aumento nas mortes relacionadas com a covid-19.

Exemplo para Bolsonaro, criticada por Trump

A estratégia da Suécia no combate ao novo coronavírus gerou críticas de especialistas da área de saúde e até mesmo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que citou o país como exemplo negativo repetidas vezes.

Na contramão, o presidente Jair Bolsonaro já utilizou o país como exemplo a ser replicado no Brasil. Para ele, o país não deveria adotar fechamento de comércios para conter a pandemia. "Se dependesse de mim, quase nada teria sido fechado, a exemplo da Suécia", disse no dia 14 de maio em crítica aos estados que adotaram isolamento social

A Suécia adotou uma abordagem diferente da maioria dos países europeus para lidar com a pandemia, confiando em maior medida em medidas voluntárias voltadas para o distanciamento social e opondo-se a um bloqueio estrito.

A maioria das escolas permaneceu aberta e muitas empresas continuaram a operar até certo ponto, o que significa que a economia tem se saído melhor do que algumas outras.

No entanto, o número de mortos foi maior do que em seus vizinhos nórdicos, que optaram por medidas de bloqueio mais duras. A Noruega, com cerca de metade da população, teve apenas cerca de 260 mortes por covid-19 no total.

A economia da Finlândia também superou seu vizinho maior no segundo trimestre, apesar de um bloqueio mais restritivo.

O produto interno bruto da Finlândia encolheu cerca de 5% contra uma contração de 8,6% na Suécia no período de três meses anterior.

*Com informações da agência Reuters