Kremlin nega envolvimento de Putin no caso de Navalny: 'conversa fiada'
O Kremlin repudiou hoje as acusações de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, estaria envolvido no caso suspeito de envenenamento do seu opositor Alexei Navalny, em coma em um hospital na Alemanha.
Em entrevista coletiva, o porta-voz russo Dmitri Peskov disse que as suspeitas não têm fundamento algum, definindo como "conversa fiada", segundo o jornal britânico The Guardian.
"Essas acusações não podem de forma alguma ser verdadeiras. Não podemos tratá-las como sérias", disse Peskov.
Ele ainda alegou que o opositor de Putin não estava sendo vigiado antes do episódio e que nenhum político sofre perseguição na Rússia. De acordo com Peskov, envenenamentos são fatos rotineiros pelo mundo.
"Você deve concordar que há muitos envenenamentos todos os dias em qualquer país do mundo", completou.
Veneno muito apressado
O mesmo porta-voz afirmou hoje que não entendia o que definiu como "pressa" da Alemanha para diagnosticar que Navalny foi envenenado.
"A análise de nossos médicos e a dos médicos da Alemanha concordam por completo. Mas as conclusões são diferentes. Não entendemos esta pressa da parte dos colegas alemães", declarou.
Ontem, o Hospital Charité afirmou em comunicado que "os resultados clínicos indicam intoxicação por uma substância do grupo de inibidores da colinesterase".
Navalny foi internado na quinta-feira (20), após passar mal em um voo entre a Sibéria e Moscou. O avião precisou fazer um pouso de emergência para que ele fosse atendido.
Os médicos russos que o trataram na Sibéria até sábado (22) disseram não ter detectado nenhum traço de envenenamento.
Em 2019, quando estava preso, Navalny sofreu uma erupção cutânea no torso e denunciou um envenenamento — o que foi rebatido pelas autoridades russas como uma reação alérgica.
*Com informações da AFP
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