Topo

Esse conteúdo é antigo

Trump demite chefe de Defesa que foi contra uso de militares em protestos

Do UOL, em São Paulo*

09/11/2020 16h36

O presidente Donald Trump anunciou hoje a demissão do secretário de Defesa Mark Esper. "[Ele] foi dispensado", escreveu o republicano nas redes sociais. A relação entre Esper e Trump começou a azedar após o ex-secretário afirmar que é contra o uso de forças militares para conter protestos.

Em publicação nas redes sociais, Trump não apontou motivos para a demissão, mas confirmou Christopher Miller, diretor do Centro Nacional de Contraterrorismo, como secretário interino a partir de agora.

De acordo com a Bloomberg, Esper ocupa o cargo desde julho do ano passado e chegou a receber o apelido de "Yesper" por acatar todas as ordens de Trump. Na época dos protestos contra o racismo nos Estados Unidos, entretanto, Trump pediu o uso de militares para conter as manifestações, e Esper o contrariou.

"Não apoio a invocação do Ato de Insurreição", afirmou o secretário em coletiva de imprensa. A lei americana de 1807 prevê o uso de militares para conter revoltas violentas e protestos em grande escala.

Segundo a imprensa americana, Trump ainda deixou planejada uma série de demissões pós-eleição, incluindo Esper e o diretor do FBI, Christopher Wray.

O republicano foi derrotado nas eleições de 3 de novembro pelo democrata, Joe Biden, e ainda não deu autorização para a equipe de transição de Biden iniciar o processo de mudança de poder. Desde o resultado das urnas, Trump se pronunciou apenas para acusar as eleições de fraude e se proclamar o verdadeiro vencedor.

Sem apresentar provas, o republicano afirmou que o envio de votos pelo correio é corrupto e "destruiu o sistema" eleitoral dos Estados Unidos.

Desde o início da apuração dos votos, a campanha de Donald Trump vem apontando uma suposta fraude envolvendo cédulas enviadas pelo correio. Uma delegação internacional, que monitora as eleições nos Estados Unidos, afirmou que não há indícios que sustentem as alegações.

*Com informações de ANSA e Reuters