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Pombo de corrida é vendido por mais de R$ 10 milhões em leilão na Bélgica

Pombo New Kim, de dois anos, marcou um novo recorde em leilão  - Yves Herman/Reuters
Pombo New Kim, de dois anos, marcou um novo recorde em leilão Imagem: Yves Herman/Reuters

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/11/2020 11h41

Um pombo de corrida foi vendido por US$ 1,9 milhão, cerca de R$ 10,3 milhões, durante um leilão na Bélgica no domingo (15). O comprador da ave é um chinês anônimo, com pseudônimo Super Duper, que supostamente também é dono do segundo pombo mais caro da história, e colocará os dois pássaros para reprodução.

A última meia hora do leilão de pombos foi frenética. Super Duper concorreu lance a lance com um compatriota, apelidado de Hitman. Quando o martelo foi batido, o preço pago por New Kim superou em US$ 406 mil (R$ 2,2 milhões) o antigo recorde pago, também por um chinês, em Armandinho, pombo conhecido como "Lewis Hamilton" das corridas de pombos.

Hobby antigo da Europa ocidental, a corrida de pombos é uma prática muito popular em casas de aposta na China. Lá, os pombos se acostumam com um viveiro por meses, até serem soltos a centenas de quilômetros de distância para voltar, com seu senso único de orientação e treinamento especial de velocidade. A premiação para os vencedores pode chegar a dezenas de milhões de euros.

Caso as suspeitas se confirmem, Super Duper será dono não só de Kim como também de Armandinho. A união dos dois pombos mais caros do mundo pode, portanto, ser um bom investimento para o chinês.

O preço pago no animal, no entanto, surpreende pela quantia e por se tratar de uma fêmea. "Armando é um macho. Normalmente, um macho vale mais do que uma fêmea porque pode produzir mais descendentes", explica Nikolaas Gyselbrecht, CEO e fundador da casa de leilões, para o canal Sky News.

Apesar da popularidade na Ásia, os belgas há muito se destacam como os melhores criadores de pombos. A notícia que um pombo foi vendido por US$ 1,9 milhão pode fazer muitos se interessarem pela criação das aves, porém, o empreendimento não é nada simples.

A criação de pombos exige atenção constante, todos os dias do ano. Essas demandas afastaram muitos povos modernos, levando o esporte ao declínio. "Para ser o melhor, tem que ser o trabalho da sua vida", afirmou Pascal Bodengien, chefe da federação belga de pombos, à Associated Press.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Bélgica tinha mais de 250 mil membros na federação columbófila, agora tem cerca de 18 mil. O interesse chinês nas aves, contudo, valorizou o esporte. Apenas uma década atrás, o preço recorde de um pombo era um décimo do preço de Kim.