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Estudo mostra que cangurus podem comunicar com humanos e 'pedir ajuda'

Segundo estudo, cangurus podem interagir com humanos pelo olhar - Scott Gibbons/Getty Images
Segundo estudo, cangurus podem interagir com humanos pelo olhar Imagem: Scott Gibbons/Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/12/2020 10h37

Pesquisadores das Universidades de Sydney, na Austrália, e de Roehampton, na Inglaterra, estudaram cangurus ao redor do território australiano e descobriram que eles, assim como outros animais, são capazes de interagir com seres humanos, inclusive "pedindo ajuda". Os cangurus olhavam diretamente para os pesquisadores quando tentavam abrir uma caixa fechada com comida dentro.

Principalmente em espécies que não têm mãos para apontar, olhar para humanos é uma maneira de pedir ajuda segundo o estudo, sendo interpretados como "tentativas de comunicação intencional referencial". Também foi concluído que os cangurus são capazes de alternar o olhar entre a tarefa e o humano.

Coautora da pesquisa, a pós-doutoranda Alexandra Green disse ao jornal The Independent que, em vez de desistir da tarefa quando não está conseguindo fazê-la, os cangurus pedem ajuda aos humanos com o olhar. "Antes, pensávamos que apenas animais domesticados teriam que pedir ajuda para resolver um problema. Mas os cangurus também fazem isso. Se não conseguem abrir a caixa, eles olham para o humano e voltam para o recipiente".

Segundo o pesquisador Alan McElligot, outro coautor da pesquisa, um animal, quando quer pedir ajuda para ter acesso à comida, não precisa ser domesticado. "Na verdade, os cangurus mostraram um padrão de comportamento muito semelhante ao que vemos em cães, cavalos e até cabras, quando submetidos ao mesmo teste", disse ele.

Ainda de acordo com os pesquisadores, os cangurus são os primeiros marsupiais a serem estudados dessa maneira. A interação dos animais com os seres humanos é algo a ser aprofundado, segundo McElligot: "Nossa pesquisa mostra que o potencial de comunicação intencional referencial para humanos por animais foi subestimado, o que sinaliza um desenvolvimento empolgante nessa área".