Itália prorroga proibição de voos provenientes do Brasil
O ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, prorrogou hoje a proibição de voos do Brasil e à entrada de pessoas que tenham trânsito pelo país nos 14 dias anteriores à viagem.
Anunciada em 16 de janeiro por conta da cepa do novo coronavírus surgida em Manaus, a medida ficaria em vigor até 31 de janeiro, mas Speranza decidiu estendê-la.
"Assinei uma ordem que prorroga o bloqueio dos voos originários do Brasil e o veto de entrada na Itália de quem tenha transitado ali nos últimos 14 dias. Vamos manter máxima prudência enquanto nossos cientistas continuam estudando as variantes da Covid", escreveu Speranza no Facebook.
O ministro, no entanto, não anunciou o novo prazo da proibição.
Até 16 de janeiro, a Itália permitia a entrada de viajantes provenientes do Brasil apenas por comprovados motivos de "trabalho, saúde, absoluta urgência, estudo ou para retorno ao próprio domicílio de residência", mas agora não há nenhuma exceção.
Diversos países, como Reino Unido, Portugal, Alemanha e Colômbia, já proibiram voos do Brasil por conta da variante detectada em Manaus, cidade que vive um colapso do sistema sanitário por causa da explosão do número de casos.
A suspeita é de que essa cepa do novo coronavírus seja mais contagiosa.
Flexibilização de medidas
A Itália decidiu ontem diminuir as restrições contra o coronavírus em algumas regiões, apesar dos alertas de especialistas em saúde pública.
Apulia, Cerdeña, Sicilia, Umbría e a província autônoma de Bolzano passarão a partir de domingo (31) ao nível de alerta "laranja" (risco médio), enquanto o resto do país passará para o nível "amarelo", segundo o Ministério da Saúde.
O nível amarelo permite a abertura de bares, cafés e restaurantes durante o dia e flexibiliza circulação entre as regiões. Além disso, os museus podem reabrir, mas apenas durante a semana. A flexibilização contraria a tendência geral dos demais países europeus de implementar medidas mais severas.
A Organização Mundial de Saúde alertou na quinta-feira que é "muito cedo" para suspender algumas medidas, devido à presença "ainda muito elevada" do vírus. "Sim, a Itália vai contra a tendência geral", reconheceu Walter Ricciardi, especialista em saúde pública e assessor do Ministério da Saúde sobre a pandemia.
Alta taxa de incidência
Segundo o especialista, as medidas restritivas adotadas na itália durante o Natal e o Ano Novo ajudaram a estabilizar os números do vírus, sem reduzi-los. A Itália é um dos países mais afetados pelo coronavírus, com mais de 87.000 mortes e uma recessão recorde.
De acordo com o GIMBE, um grupo de especialistas independentes, a Itália registrou 799 casos de vírus por 100.000 habitantes entre 20 e 26 de janeiro - uma taxa de incidência que indica descontrole sobre a epidemia.
*Com informações das agências ANSA e RFI
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