Ferrari, tango com Hillary e champagne: as excentricidades de Carlos Menem
Carlos Menem, o ex-presidente da Argentina que morreu hoje (14) aos 90 anos de idade, teve uma carreira política marcada por excentricidades. Gostava de ostentar sua Ferrari vermelha, se vestia com ternos caros e organizava festas regadas a champagne.
Governou a Argentina por dois mandatos consecutivos, de 1989 a 1999. A reeleição foi aprovada durante seu primeiro mandato, para permitir que se candidatasse novamente. Desde 2005, Menem era senador.
A Ferrari vermelha, modelo 1990, foi presente de um empresário italiano que tentava obter a concessão para construir uma estrada na província de Buenos Aires, segundo o jornal argentino La Nación.
O presente foi estreado por Menem em 1991, seu segundo ano na presidência, com uma viagem a 190 quilômetros por hora e sem pagar pedágio. Questionado sobre o excesso de velocidade, Menem rebateu: "Sim, é verdade o que você diz, mas sou o presidente!".
A Ferrari vermelha de Menem acabou sendo entregue ao Estado, poucos anos depois. Em seguida, foi sancionada uma lei para regulamentar os presentes dados a funcionários públicos.
No seu último ano na presidência, 1999, Menem fez uma visita à Casa Branca, em Washington. Era a retribuição de uma viagem feita dois anos antes pelo então casal presidencial dos EUA à Argentina, Bill e Hillary Clinton.
O clima em Washington naquele 1999 estava pesado, já que estava em curso um processo de impeachment contra Clinton devido a escândalos sexuais. Ainda assim, a visita de Menem foi festiva. O presidente argentino tirou Hillary para dançar tango.
Investigação sobre tráfico de armas
No seu segundo mandato presidencial, Menem foi investigado por venda ilegal de armas da Argentina para Croácia e Equador.
Segundo os juízes encarregados da investigação, a venda para a Croácia ocorreu quando o país estava envolvido na guerra da então Iugoslávia, que estava sob embargo da ONU. Dessa forma, a Argentina não poderia vender as armas de forma oficial. Assim, foi declarado que a carga tinha como destino o Panamá ou a Bolívia.
No caso do Equador, simulou-se que as armas eram destinadas à Venezuela. O Equador estava em litígio de fronteira com o Peru.
Menem chegou a ser condenado a sete anos de prisão. Em 2018, foi absolvido pela Justiça da Argentina porque o processo havia superado o "prazo razoável". Menem nunca foi considerado inocente no caso.
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