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Biden diz que condenação é 'passo gigante', mas cobra reforma na polícia

Biden destacou que quer assinar a Lei George Floyd o quanto antes - Mandel Ngan/AFP
Biden destacou que quer assinar a Lei George Floyd o quanto antes Imagem: Mandel Ngan/AFP

Colaboração para o UOL*

20/04/2021 21h08

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse hoje que a condenação de Derek Chauvin, policial culpado pela morte de George Floyd, é "um passo gigante no caminho para a justiça nos EUA" e reafirmou o compromisso com uma reforma policial.

"Foi um assassinato à luz do dia que arrancou as cortinas para que todos pudessem ver todas as injustiças desse sistema. Mostrou o joelho no pescoço de todos os americanos e a dor que todos os negros enfrentam todos os dias. O assassinato gerou um protesto que não víamos desde os anos 60, protestos que uniram as pessoas de diversas gerações e raças para dizer: 'chega, é o bastante!' Chega desses assassinatos sem sentido," disse Biden, em entrevista coletiva na Casa Branca, após a condenação de Chauvin.

Biden também destacou a importância de uma reforma na polícia americana. "Precisamos que o Congresso aja, precisamos de uma reforma na polícia. Existe uma lei no nome dele (George) . Não é possível que leve um ano inteiro para aprovar isso. Eu quero assinar essa lei o quanto antes," afirmou.

Lei George Floyd

A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou em março um projeto de lei que proíbe táticas policiais polêmicas e facilita processos contra policiais que violarem os direitos constitucionais de suspeitos, mas as perspectivas da medida no Senado são incertas. O texto continua emperrado no Senado.

Democratas impulsionaram a "Lei George Floyd de Justiça no Policiamento" na Câmara por 220 votos a 212, com o apoio de um único republicano. "Quantas pessoas mais têm que morrer, quantas pessoas mais têm que ser agredidas em vídeo" antes de as reformas policiais virarem lei, indagou a deputada democrata Karen Bass, que redigiu a legislação com o presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jerrold Nadler.

Ela disse que o projeto de lei "responsabilizará" a polícia quando direitos constitucionais forem violados, mas que também apoiará as forças locais da lei fomentando melhorias no policiamento comunitário, especialmente em bairros de minorias. Uma das cláusulas mais controversas mudaria a "imunidade limitada" da polícia, abrindo mais o caminho para processos pelo uso excessivo de força.

Policial é condenado pela morte de George Floyd

O ex-policial Derek Chauvin foi condenado hoje pela morte de George Floyd, homem negro que morreu após ser asfixiado por nove minutos no estado de Minnesota, nos Estados Unidos. A decisão unânime é do júri popular que analisou o caso.

Chauvin foi condenado por assassinato não intencional em segundo grau, assassinato em terceiro grau e homicídio culposo. A promotoria decidiu revogar a fiança para o crime de homicídio culposo. O ex-policial saiu do tribunal algemado.

A sentença de Derek Chauvin deve ser anunciada em oito semanas. Segundo o juiz Peter Cahill, que leu o veredito, os argumentos do ex-policial serão analisados "dentro de uma semana", mas há outras etapas técnicas como a solicitação de um relatório de investigação pré-sentença.

Somadas as condenações, Chauvin pode ficar preso por até 75 anos. Só a condenação por homicídio não intencional em segundo grau tem pena máxima de até 40 anos, segundo informações da CNN dos EUA.

*Com informações da Reuters