Cientistas investigam se garrafa com bilhete é de náufraga do Titanic
Um bilhete foi encontrado dentro de uma garrafa em uma praia do Canadá e pode ser de uma das vítimas do naufrágio do Titanic, ocorrido há 109 anos. A mensagem foi localizada por uma família em New Brunswick, em junho de 2017, e passa agora por análise para verificar a autenticidade, segundo informações do Daily Star.
A carta é datada de 13 de abril de 1912 - um dia antes do naufrágio - e leva o nome de Mathilde Lefebvre, de 12 anos, uma passageira da terceira classe que viajava a bordo do navio.
"Estou jogando esta garrafa no mar, no meio do Atlântico. Devemos chegar a Nova York em alguns dias. Se alguém a encontrar, diga à família Lefebvre em Liévin", dizia a mensagem, encontrada pelo casal Nacera Bellila e El Hadi Cherfouh, e por seus filhos, Koceila e Dihia.
O Titanic colidiu em um iceberg em 14 de abril, o que provocou o naufrágio ocorrido nas primeiras horas da manhã de 15 de abril. Desde então, Mathilde, seus três irmãos e sua mãe, Marie, nunca mais foram vistos.
Cientistas analisam documento
O historiador Maxime Gohier afirma que a garrafa pode ser o primeiro artefato do Titanic encontrado na costa americana. Desde a localização, cientistas estão investigando o documento misterioso, em uma tentativa de provar se é real ou uma fraude elaborada.
"Considere várias possibilidades, todas igualmente interessantes e todas 'genuínas' a sua maneira. A mensagem pode ter sido escrita por Mathilde a bordo do Titanic ou pode ter sido escrita por outra pessoa em seu nome. Pode ser uma farsa escrita logo após a tragédia ou pode ser uma farsa recente", observa Nicolas Beaudry, da Universidade de Quebec.
Tanto a garrafa quanto o próprio bilhete estão sendo analisados.
"As marcas de molde na garrafa e a composição química do vidro são consistentes com as tecnologias usadas na fabricação desse tipo de garrafa no início do século XX. A rolha de cortiça e um pedaço de papel enfiado no furo da garrafa revelaram datas de radiocarbono compatíveis com a data da carta. Então, ainda não pegamos alguém que possa ter feito uma brincadeira, mas isso ainda não exclui uma farsa recente".
Beaudry complementa: "Papel velho é fácil de encontrar - rasgando uma página em branco de um livro antigo, por exemplo - enquanto garrafas velhas e até rolhas não são raras."
Os cientistas analisaram inclusive se a garrafa teria sido levada até a praia no Canadá.
"Uma simulação de computador mostrou que a maioria dos restos do navio lançados no Atlântico Norte em 13 de abril de 1912 teriam seguido a Corrente do Golfo até as costas europeias. Mas alguns poderiam ter seguido um caminho diferente para as costas da América do Norte. Assim, embora não seja completamente impossível, permanece muito improvável e mais pesquisas buscarão quantificar a probabilidade."
A letra da carta também é questionada. "(A letra) É inconsistente com o que as crianças francesas aprenderam na época, mas o bilhete poderia ter sido escrito para Mathilde por outra pessoa."
De acordo com informações divulgadas pelo Daily Star, a equipe está agora pronta para realizar análises químicas adicionais, bem como um estudo geomorfológico da Baía de Fundy, onde a carta foi encontrada. "Nossa equipe vai ser ampliada em um futuro próximo para incluir um especialista em perícia forense de documentos", acrescentou o professor.
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