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Pesquisadores em Wuhan foram internados antes de surto de covid, diz jornal

3.fev.2021 - Membros da OMS visitam o Instituto de Virologia de Wuhan, na China, durante investigação sobre as origens do coronavírus - Hector Retamal/AFP
3.fev.2021 - Membros da OMS visitam o Instituto de Virologia de Wuhan, na China, durante investigação sobre as origens do coronavírus Imagem: Hector Retamal/AFP

Do UOL, em São Paulo*

24/05/2021 13h33Atualizada em 24/05/2021 15h23

Ao menos três pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan, na China, foram internados com sintomas semelhantes aos da covid-19 antes de a doença provocar seu primeiro surto na cidade chinesa, de acordo com informações do "The Wall Street Journal".

O jornal cita um relatório produzido pela inteligência dos Estados Unidos nos últimos dias da administração Donald Trump que afirma que os pesquisadores foram hospitalizados em novembro de 2019 "com sintomas consistentes com os da covid-19 ou uma doença sazonal".

O relatório, até então em segredo, aumenta as discussões sobre uma possível fuga acidental do novo coronavírus do laboratório, apesar de uma missão da OMS (Organização Mundial da Saúde) que foi a Wuhan investigar as origens da doença ter afirmado que essa hipótese era "improvável".

No entanto, a China foi acusada de fornecer dados imprecisos sobre os primeiros casos da covid-19, o que levou os Estados e a União Europeia a pedirem "acesso total" de investigadores independentes aos dados.

De acordo com o jornal, autoridades familiares com o relatório expressaram opiniões divergentes sobre seu conteúdo. Uma fonte afirmou que ainda é "preciso uma investigação adicional" para corroborar os apontamentos do relatório. Já outra autoridade afirmou que "as informações são confiáveis" e falta apenas dizer por que os pesquisadores ficaram doentes.

Os primeiros casos da doença que depois foi nomeada de covid-19 foram registrados em dezembro de 2019, em Wuhan, onde fica o Instituto de Virologia. A partir daí, a covid-19 se espalhou pelo mundo e foi classificada como pandemia em março do ano passado pela OMS.

China diz que relatório é 'completamente mentiroso'

O ministro das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, criticou o relatório citado pelo "Wall Street Journal" e afirmou que seu conteúdo é "completamente mentiroso".

"Os Estados Unidos continuam a levantar a teoria de um vazamento laboratorial. Eles estão preocupados com a rastreabilidade ou só estão tentando chamar a atenção?", disse Lijian.

OMS afirma que é preciso novos estudos

A revelação do relatório vem ao mesmo tempo em que a OMS discutirá as próximas fases da investigação sobre as origens do coronavírus.

Questionado pela agência de notícias Reuters, o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, afirmou que técnicos da entidade estão decidindo os próximos passos e que são necessários novos estudos a respeito das teorias do surgimento do coronavírus no mercado de animais de Wuhan e da fuga do laboratório.

*Com informações da Reuters