Presidente de Belarus afirma que atuou "legalmente" ao desviar avião
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, afirmou que atuou "legalmente" ao decidir desviar um avião de passageiros a Minsk depois de receber uma ameaça de bomba e negou que tenha determinado um pouso forçado para prender um dissidente.
"Atuei legalmente para proteger as pessoas", declarou, segundo a agência oficial Belta.
Lukashenko disse que a acusação de que enviou um caça MiG-29 para forçar o pouso do voo da Ryanair é uma "mentira absoluta".
O regime de Lukashenko é acusado de desviar para Minsk um voo que fazia a rota Atenas-Vilnius no domingo por uma suposta ameaça de bomba, que resultou falsa, para deter o jornalista opositor Roman Protasevich e sua companheira, a russa Sofia Sapega.
O ministério dos Transportes publicou ontem a transcrição do diálogo entre o piloto e o controlador aéreo. Este último comunica que "há uma bomba a bordo" e "recomenda" o pouso em Minsk.
Na segunda-feira (24), a Força Aérea, que enviou um caça MiG-29 para interceptar o voo, afirmou que a escolha do aeroporto foi do piloto da Ryanair.
A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou "nada confiável" a versão bielorrussa, que citou uma ameaça de bomba atribuída ao movimento islamita palestino Hamas.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também pediu a libertação do jornalista.
Protasevich, de 26 anos, foi chefe de redação do influente meio de comunicação opositor Nexta, que coordenou a mobilização dos bielorrussos durante os protestos de 2020 contra a polêmica reeleição de Lukashenko.
O regime de Minsk o acusa de envolvimento em "atividades terroristas". A televisão bielorrussa exibiu na segunda-feira (24) um vídeo do jovem, gravado em uma prisão da capital, segundo a emissora, no qual ele confessa ter organizado "distúrbios".
As autoridades de Belarus divulgam com frequência confissões de dissidentes do regime gravadas sob coação, como aconteceu com Svetlana Tikhanovskaya antes de seu exílio em Vilnius no ano passado.
*Com informações da agência AFP.
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