O marroquino Aschraf Sabir, de 16 anos —a imagem dele amarrado a garrafas de plástico enquanto nadava em direção a Ceuta, na Espanha, rodou o mundo — contou mais de sua história ao jornal espanhol El País.
Ele disse que no dia em que a imagem foi feita, no dia 19, ele tentava cruzar a fronteira pela terceira vez em menos de 24 horas e que foi abandonado pela mãe três dias após seu nascimento. Ela tinha a sua idade de hoje.
Há cinco anos ele perdeu a mãe adotiva e, agora, foi novamente adotado por uma viúva que vive em Casablanca. Ao lado de outros centenas de imigrantes, ele foi enviado de volta ao país pelo governo espanhol e tenta recomeçar.
Ele conta que a primeira tentativa de chegar a Ceuta foi na manhã de terça-feira (18). Ele alcançou a cerca, mas voltou para Castillejos, cidade no norte de Marrocos. No mesmo dia à noite ele tentou uma segunda vez e conseguiu nadar até Ceuta.
"Mas os guardas me pegaram e me colocaram em um centro, onde passei a noite. No dia seguinte, quarta-feira de manhã (19), deram-me uma toalha e uns biscoitos e me mandaram de volta a Castillejos". Poucas horas depois, ele teve a ideia de amarrar as garrafas ao corpo para atravessar o mar.
"Levei [as garrafas] para não me cansar de nadar. Desta vez, depois que me pegaram, um soldado me acompanhou caminhando em direção à fronteira com o Marrocos", disse.
Migrantes tentam chegar até Ceuta pelo mar
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19.mai.2021 - Um menino marroquino nada usando garrafas como boia, próximo à cerca entre a fronteira hispano-marroquina, depois que milhares de migrantes cruzaram a fronteira, em Ceuta, Espanha
Reuters/Jon Nazca 2 / 15
19.mai.2021 - Um adolescente marroquino reage enquanto nada usando garrafas como boia, perto da cerca entre a fronteira hispano-marroquina, depois que milhares de migrantes nadaram pela fronteira, em Ceuta, Espanha
Reuters/Jon Nazca 3 / 15
19.mai.2021 - Um menino marroquino nada usando garrafas como boia, perto da cerca entre a fronteira hispano-marroquina, depois que milhares de migrantes cruzaram a fronteira, em Ceuta, Espanha
Reuters/Jon Nazca 4 / 15
19.mai.2021 - Menino marroquino chora ao nadar usando garrafas como boia, próximo à cerca entre a fronteira hispano-marroquina, após milhares de migrantes cruzarem a fronteira, em Ceuta, Espanha
Reuters/Jon Nazca 5 / 15
19.mai.2021 - Um menino marroquino se aproxima da costa após nadar usando garrafas como boia, perto da cerca entre a fronteira hispano-marroquina, depois que milhares de migrantes nadaram pela fronteira, em Ceuta, Espanha
Reuters/Jon Nazca 6 / 15
19.mai.2021 - Soldados espanhóis auxiliam um migrante na praia de El Tarajal, perto da cerca entre a fronteira hispano-marroquina, depois que milhares de migrantes cruzam a fronteira, em Ceuta, Espanha
Reuters/Jon Nazca 7 / 15
19.mai.2021 - Rachid Mohamed al Messaoui, 25, soldado do grupo número 54 dos soldados regulares do enclave espanhol de Ceuta, no norte da África, auxilia um menino marroquino que usou garrafas plásticas vazias como boia para nadar até Ceuta, na praia de El Tarajal, perto do cerca entre a fronteira hispano-marroquina, depois que milhares de migrantes cruzaram a fronteira, em Ceuta, Espanha
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19.mai.2021 - Imigrantes na praia esperando para cruzar da cidade de Fnideq, no norte da fronteira com o Marrocos, para o enclave espanhol de Ceuta, no norte da África
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19.MAI.2021 - Menores migrantes aguardam o teste de covid-19 após chegada ao enclave espanhol de Ceuta
AFP/Antonio Sempere 10 / 15
19.mai.2021 - Imigrantes marroquinos ajudam um africano enquanto nadam na fronteira entre o Marrocos e o enclave espanhol de Ceuta
AFP/Fadel Senna 11 / 15
19.mai.2021 - Os migrantes escalam um paredão na cidade de Fnideq, ao norte, após tentarem cruzar a fronteira do Marrocos com o enclave espanhol de Ceuta, no norte da África
AFP/Fadel Senna 12 / 15
19.mai.2021 - Os migrantes escalam um paredão na cidade de Fnideq, ao norte, após tentarem cruzar a fronteira do Marrocos com o enclave espanhol de Ceuta, no norte da África
AFP/Fadel Senna 13 / 15
19.mai.2021 - Migrantes queimam uma motocicleta em protesto por serem parados pela polícia marroquina ao cruzarem a fronteira, na cidade de Fnideq, no norte da cidade, perto da fronteira entre Marrocos e o enclave espanhol de Ceuta, no norte da África
AFP/Fadel Senna 14 / 15
20.mai.2021 - Trabalhadores carregam um caixão contendo um corpo na costa perto da fronteira espanhola-marroquina na praia de El Tarajal, depois que milhares de migrantes nadaram por esta fronteira nos últimos dias, em Ceuta, Espanha
Reuters/Jon Nazca 15 / 15
20.mai.2021 - Migrantes esperam para cruzar a fronteira de volta ao Marrocos no enclave espanhol de Ceuta
AFP/Antonio Sempere Aschraf afirmou que seu sonho é ir para a Espanha "para poder ajudar minha família primeiro e estudar para realizar meu futuro".
Aschraf saiu de casa um dia em fevereiro, ao amanhecer. "Apresentei queixa na esquadra", diz Miluda, a sua nova mãe adotiva. "Mas não tive notícias dele durante todo este tempo, até ver a sua foto. Eu pensei que ele estava morto. Mas depois eu vi o vídeo [onde aparece com as garrafas] e fiquei muito feliz", disse ela ao jornal.
Após sua história vir a público, duas ONGs locais prometeram a Aschraf um lugar para que ele possa morar perto da família e auxílio financeiro para os estudos e para aprender uma profissão. Por enquanto ele está se dedicando ao ofício de cabeleireiro.
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