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Repórter ganha destaque após confrontar Putin: 'Do que você tem medo?'

Rachel Scott confronta Vladimir Putin durante coletiva nos EUA - Reprodução
Rachel Scott confronta Vladimir Putin durante coletiva nos EUA Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

16/06/2021 23h23

A repórter da ABC News Rachel Scott ganhou destaque em manchetes da imprensa americana, após confrontar o presidente russo, Vladimir Putin, sobre sua repressão a oponentes políticos.

"A lista de seus oponentes políticos que estão mortos, presos ou encarcerados é longa... E agora você impediu qualquer um que apoia [o líder da oposição russa Alexey Navalny] de se candidatar. Então, minha pergunta é, senhor presidente, do que você tem tanto medo?", questionou Scott, sem titubear. (Assista ao vídeo abaixo)

A pergunta ocorreu durante coletiva de imprensa realizada por Putin, logo depois do encontro com presidente americano, Joe Biden.

Ao responder a jornalista, o líder russo se referiu a Alexey Navalny como "extremista" por natureza, que clamava por "desordem em massa" e violação de leis. Scott, no entanto, rejeitou a resposta.

"Você não respondeu minha pergunta, senhor. Se todos os seus oponentes políticos estão mortos, na prisão, envenenados - isso não envia uma mensagem de que você não quer uma luta política justa?" Scott pressionou.

Na segunda tentativa, Putin decidiu então traçar um paralelo com a invasão ao Congresso americano, ocorrida em janeiro, provocada por apoiadores do então presidente Donald Trump.

"Quanto a quem está matando quem e jogando quem na prisão, as pessoas vieram ao Congresso dos EUA com demandas políticas. Eles enfrentam penas de prisão de até 20, talvez até 25 anos. Estão sendo chamados de 'terroristas domésticos'. Eles estão sendo acusados", ressaltou.

A pergunta de Rachel Scott, correspondente da ABC News no Congresso americano, ganhou destaque nas redes sociais e virou notícia nos principais veículos dos Estados Unidos.

Caso Alexey Navalny

Navalny foi transferido em coma para um hospital de Berlim em agosto, após sofrer um envenenamento na Rússia, do qual ele acusa o Kremlin.

Ele passou quase seis meses se recuperando na Alemanha e foi preso ao retornar à Rússia em janeiro, com as autoridades culpando-o por não ter comparecido como deveria. Como resultado, sua pena suspensa em um caso de fraude que data de 2014 foi comutada para uma pena de prisão.