Espanha: Morte brutal de jovem nascido no Brasil gera onda contra homofobia
Homenagens e manifestações indignadas se espalham pela Espanha em nome de Samuel Luiz Muñiz, um jovem homossexual nascido no Brasil que foi espancado até a morte na madrugada de sábado (3), na cidade de La Coruña.
O crime, com motivação homofóbica, aconteceu em frente a uma boate próxima ao centro da cidade e foi praticado por mais de dez agressores, que deixaram o jovem de 24 anos inconsciente e fugiram antes de o serviço médico chegar ao local.
Samuel nasceu no Brasil e foi à Espanha quando era um bebê de um ano, de acordo com a imprensa espanhola. Ele trabalhava como auxiliar de enfermagem e na noite de sua morte havia saído da discoteca para fumar e ligar para uma amiga, quando foi abordado por um homem, que fazia insultos homofóbicos.
Pouco depois, o infrator se retirou e voltou com um grupo, que atacou a vítima.
O jornal El País reportou diversos protestos nos grandes centros da Espanha, que buscam justiça pelo crime, já que, até o momento, ninguém foi preso. As centenas de participantes denunciam que se trata de um ataque contra a comunidade LGTBQIA+.
Ontem, cerca de três mil pessoas se reuniram em Madri e houve confronto com a força policial, que argumentou que alguns manifestantes estavam lançando objetos na direção dos agentes.
Protestos em todo o país
O acontecimento provocou comoção não só no cenário do crime, como também em Barcelona, Madri e Valência, onde foram convocadas manifestações por ativistas LGBTQ.
Em Madri, milhares de manifestantes se reuniram na Puerta del Sol e exibiram cartazes e faixas contra a homofobia. Em Barcelona, ativistas também marcharam por uma rua importante entoando slogans e agitando cartazes e bandeiras com as cores do arco-íris.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, se expressou por meio do Twitter: "Estou confiante de que a investigação da polícia em breve encontrará os autores do assassinato de Samuel e esclarecerá os fatos. Foi um ato selvagem e cruel. Não vamos dar nenhum passo atrás nos direitos e liberdades. A Espanha não vai tolerar isso".
Polícia ainda investiga
A polícia está revendo imagens de câmeras de vigilância e interrogando suspeitos e testemunhas que estavam do lado de fora da casa noturna no momento do crime, disse o delegado do governo na região noroeste da Galícia.
"Estamos nos estágios iniciais, e apenas a investigação vai nos dizer se foi um crime homofóbico ou não", disse o delegado José Minones, acrescentando que nenhuma prisão foi feita até agora e pedindo prudência na descrição dos acontecimentos.
Dados do Ministério do Interior da Espanha mostram que, no ano de 2019, foram registrados 278 crimes de ódio relacionados à orientação sexual ou identidade de gênero na Espanha, um aumento de 8,6% em relação ao ano anterior. Mas segundo a Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia, apenas uma pequena fração dos crimes de ódio são denunciados à polícia.
*Com Deutsche Welle
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