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Terremotos no Paquistão deixam ao menos 20 mortos e 300 feridos

Moradores removem os destroços de suas casas danificadas após o terremoto no remoto distrito montanhoso de Harnai  - BANARAS KHAN / AFP
Moradores removem os destroços de suas casas danificadas após o terremoto no remoto distrito montanhoso de Harnai Imagem: BANARAS KHAN / AFP

Do UOL, em São Paulo*

07/10/2021 06h52Atualizada em 07/10/2021 07h59

Ao menos 20 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas após dois terremotos consecutivos atingirem o Paquistão durante a madrugada de hoje no horário local. Entre as vítimas, estão seis crianças.

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que monitora a atividade sísmica em todo o mundo, um terremoto de magnitude 5,9 na escala Richter atingiu o sudoeste do país por volta das 3h30 (horário local; 19h30 de quarta-feira em Brasília) perto da cidade de Harnai, na província de Baluchistão, O tremor foi detectado a uma profundidade de 9 quilômetros.

Cerca de duas horas depois, um outro tremor de magnitude 4,6 foi sentido na região, com uma profundidade de 10 quilômetros.

Muitas vítimas morreram no desabamento de tetos e muros. O tremor provocou apagões e as equipes de resgate foram obrigadas a usar lanternas para atender os feridos.

"Até agora, 20 pessoas foram encontradas mortas, e mais de 300 ficaram feridas. Dois helicópteros chegaram à cidade de Harnai para transportar feridos em estado grave até (a capital regional) Quetta", afirmou à Agência Efe Noor Khan, oficial da sala de gestão de desastres da provincia. Os serviços de resgate estão tentando localizar sobreviventes sob os escombros de casas, e o distrito de Harnai foi colocado em estado de emergência.

Suhail Anwar Hashmi, funcionário do governo provincial, também informou à AFP que 15 trabalhadores ficaram presos em uma mina de carvão nas proximidades da cidade. No Paquistão é comum que os mineiros trabalhem durante a noite, quando a temperatura é mais amena. Uma equipe de emergência foi enviada à mina, assim como helicópteros para ajudar nos trabalhos de resgate.

O ministro do Interior do Baluchistão, Mir Ziaullah Langau, declarou à Efe que o terremoto ocorreu quando a grande maioria das pessoas estava dormindo, aumentando a magnitude da catástrofe. "Penso que haverá mais mortes do que o número que temos até agora", disse.

A área mais afetada foi a cidade montanhosa remota de Harnai, onde a falta de estradas pavimentadas, energia elétrica e cobertura de telefonia celular dificultou os resgates.

Hospitais com lanternas

O tremor provocou apagão na região e, incluindo os hospitais e os funcionários de um hospital público estavam recebendo as vítimas sem iluminação. "Antes do amanhecer, estávamos trabalhando sem energia elétrica, com a ajuda de lanternas e as luzes dos telefones celulares", afirmou à AFP Zahoor Tarin, do hospital público de Harnai.

"Muitos feridos chegaram com fraturas. Dezenas de pessoas receberam alta apenas com os primeiros socorros", disse. Os moradores, por sua vez, têm ajudado a transportar as vítimas. "Ao menos 40 chegaram com ferimentos críticos".

Área de atividade sísmica

O Sul da Ásia tem um alto nível de atividades sísmicas devido a sua proximidade com o Himalaia, onde as duas grandes placas continentais de Índia e Eurásia colidem, convergindo a uma velocidade relativa de 40 a 50 milímetros por ano.

Um terremoto de 7,6 graus em outubro de 2005 provocou mais de 73 mil mortes e deixou 3,5 milhões de desabrigados, especialmente na área da Caxemira controlada pelo Paquistão. Já em 2013, um tremor de magnitude de 7,7, também em Baluchistão, matou ao menos 359 pessoas e feriu 750.

*Com informações da EFE e AFP