Presidente da China promete 'reunificação pacífica' com Taiwan
O presidente da China, Xi Jinping, afirmou hoje que o país pode e vai conseguir uma reunificação com Taiwan, ilha considerada por Pequim como uma província rebelde.
Embora em ocasiões anteriores Xi não tenha descartado o uso da força para integrar Taiwan, hoje ele garantiu que o país vai seguir o "princípio básico da 'reunificação pacífica".
O chefe de Estado chinês falou por ocasião das comemorações do 110º aniversário da Revolução de 1911, que derrubou a última dinastia chinesa.
"A reunificação de nosso país pode e será alcançada", garantiu Xi, alertando contra qualquer interferência estrangeira.
"A reunificação nacional por meios pacíficos é do interesse geral da nação chinesa, incluindo nossos compatriotas de Taiwan", declarou, mencionando a estrutura 'um país, dois sistemas' — aplicada em Hong Kong e Macau, que prevê a autonomia em várias áreas — como uma opção para a ilha.
O presidente chinês chamou os "compatriotas de ambos os lados do estreito (de Taiwan)" para "ficarem do lado certo da história", advertindo que aqueles que promovem a independência de Taiwan são "o maior obstáculo" à reunificação e um "grave perigo".
Taiwan tem sido governada de forma autônoma desde o fim da guerra civil em 1949, após a vitória dos comunistas, que também viram os membros do Kuomintang (partido nacionalista) se refugiarem na ilha, onde mantiveram a estrutura da República da China, que oficialmente continua a reivindicar o controle do território continental, dominado pela República Popular.
A respeito, Xi afirmou que "aqueles que esquecem sua herança, traem a pátria e procuram dividir o país não terão um bom fim e serão desprezados pelo povo e condenados pela história".
"A questão de Taiwan é um assunto puramente interno da China", insistiu, enquanto Washington admitiu ontem que treinava em segredo o Exército taiwanês há meses.
Um contingente de cerca de 20 membros das operações especiais e forças convencionais americanas vem conduzindo o treinamento há menos de um ano, segundo informou à AFP um funcionário do Pentágono, sob anonimato.
Os Estados Unidos fornecem armas a Taiwan, incluindo mísseis de defesa e caças, em meio à ameaça de Pequim de retomar o controle da ilha à força e reintegrá-la à China.
A comemoração da Revolução é um dos poucos eventos que unem a China e Taiwan.
A líder da ilha, Tsai Ing-wen, inimiga dos comunistas por suas tendências separatistas, também deve fazer um discurso no domingo por causa do aniversário.
As comemorações dos acontecimentos de 1911 ocorrem em meio a tensões no Estreito de Taiwan, após a maior incursão nos últimos dias por aviões militares chineses na zona de identificação de defesa aérea da ilha.
* Com AFP e EFE
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