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Com 3.500 anos, desenho mais antigo de um 'fantasma' é achado em cofre

Desenho mostra "fantasma" amarrado e sendo puxado por uma mulher - Divulgação/The British Museum
Desenho mostra 'fantasma' amarrado e sendo puxado por uma mulher Imagem: Divulgação/The British Museum

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/10/2021 14h03Atualizada em 18/10/2021 14h03

O desenho de um fantasma feito em uma placa de argila da Babilônia, criada há cerca de 3.500 anos, é a representação mais antiga já catalogada de um espírito sobrenatural. A placa ficou guardada durante anos em um cofre do British Museum, na Inglaterra, até que a figura fosse descoberta.

Segundo o The Guardian, a interpretação é de que a imagem retrata um velho barbudo e solitário, com os punhos amarrados, sendo levado para a vida após a morte por uma mulher.

Segundo Irving Finkel, curador do Departamento de Oriente Médio do museu, a placa fazia parte do guia de um exorcista para afastar fantasmas indesejados. No verso, ela contém um texto com o ritual para enviar o fantasma indesejado para o "submundo" e um aviso para o fantasma: "Não olhe para trás!".

"Obviamente é um fantasma masculino e infeliz. Você pode ver um fantasma alto, magro e barbudo andando pela casa, irritando as pessoas. A conclusão da análise é que este fantasma precisava de uma namorada", afirmou o especialista, em entrevista ao jornal britânico.

"É irresistível imaginar o que aconteceu antes", acrescenta ele, sobre as suposições do que a cena retrata. "Algo que todo mundo sabia era que a maneira de se livrar do velho era casá-lo. Não é fantasioso ler isso nele. É uma espécie de mensagem explícita. É cômico alguém achar que pode se livrar de um fantasma dando a ele uma noiva", complementou o especialista.

Como autoridade mundial em escrita cuneiforme - uma das mais antigas do mundo e usada no antigo Oriente Médio - Finkel percebeu que a pequena tábua de argila havia sido decifrada de forma errada anteriormente, o que a fez ficar esquecida em um cofre do museu desde a sua aquisição no século 19.

Os contornos do desenho são tênues e só podem ser vistos quando olhados de cima e sob iluminação adequada. Essa dificuldade em identificar a figura fez com que a peça fosse guardada em um cofre e nunca colocada em exposição.

Agora, com a descoberta, a placa ganhará um espaço no museu para ser visitada pelo público.