Explosões perto de hospital militar em Cabul deixam 25 mortos e 40 feridos
Um ataque com explosivos contra o maior hospital militar do Afeganistão deixou pelo menos 25 mortos e outros 50 feridos em Cabul, onde o Talibã enfrenta uma série de ações mortais do grupo rival Estado Islâmico (EI), na manhã de hoje (2).
Os números foram informados à agência EFE por um integrante dos talibãs, que pediu para não ser identificado. Mais cedo, um líder do Talibã explicou que houve uma primeira explosão na porta do hospital militar Sardar Mohammad Dawood Khan e uma segunda nas proximidades do centro de saúde, ambas seguidas de tiroteios, de acordo com uma testemunha.
O centro de saúde é o principal de atendimento a militares na capital do Afeganistão e está localizado a poucos metros da Embaixada dos Estados Unidos no país asiático e tem 400 leitos.
O ataque de hoje é o último episódio de uma série de atentados mortais no país desde que o Talibã assumiu o poder em meados de agosto. A ameaça agora é representada pelo braço local do EI.
Esse mesmo hospital, o maior estabelecimento médico militar do país, foi atacado em março de 2017 por agressores vestindo roupas de pessoal médico, numa ação também reivindicada pelo EI e que causou 100 mortes.
Não houve reivindicação imediata de responsabilidade pelo ataque de hoje. Mas a agência oficial de notícias Bakhtar citou testemunhas que disseram que vários combatentes do Estado Islâmico entraram no hospital e entraram em confronto com as forças de segurança. Algumas testemunhas chegaram a dizer que militantes extremistas invadiram o hospital.
Fotografias compartilhadas pelos residentes mostraram uma nuvem de fumaça sobre a área das explosões perto da antiga zona diplomática na área Wazir Akbar Khan da cidade e testemunhas disseram que pelo menos dois helicópteros estavam sobrevoando a área.
A primeira explosão desta terça-feira ocorreu por volta das 13h00 (05h30 no horário de Brasília). Imagens postadas nas redes sociais mostram fumaça no céu após as detonações.
Qari Saeed Khosty, porta-voz do ministério do Interior, disse que as forças especiais do Talibã correram para o local para proteger a área depois que "uma bomba" explodiu.
Do hospital, uma fonte médica narrou os acontecimentos à AFP. "Ouvimos uma forte explosão no primeiro controle do hospital. Pediram que fôssemos para quartos seguros. Eu também ouvi tiros", disse.
"Ainda posso ouvir tiros dentro do prédio do hospital. Acredito que os agressores estão indo de cômodo em cômodo, como na primeira vez em que ele foi atacado", acrescentou.
As ruas ao redor da fortemente protegida "Zona Verde", onde se encontravam as antigas sedes das embaixadas ocidentais, foram fechadas ao tráfego e os talibãs conduzem operações de busca.
Ataques anteriores
Este complexo, que trata de soldados feridos do Talibã e das forças de segurança do governo derrubado, já havia sido invadido em 2017 por homens armados vestidos como médicos que mataram dezenas de pessoas. Por horas, os agressores foram de quarto em quarto atirando em pacientes ou esfaqueando-os quando ficavam sem munição. A ação foi reivindicada pelo EI, embora alguns sobreviventes tenham acusado os talibãs.
Embora ambos sejam grupos sunitas radicais, o Estado Islâmico e o Talibã estão em campos opostos sobre a estratégia a seguir no Afeganistão.
O braço local do grupo terrorista, o Estado Islâmico do Khorasan (EI-K), assumiu a responsabilidade por quatro ataques no Afeganistão desde 15 de agosto, incluindo o atentado ao aeroporto de Cabul durante a retirada das potências ocidentais e explosões em mesquitas xiitas.
O último ataque à capital afegã foi em 3 de outubro, quando pelo menos 5 pessoas morreram em uma explosão perto da mesquita Id Gah de Cabul. A ação foi reivindicada pelo grupo Estado Islâmico.
*Com informações da AFP, ANSA e Reuters
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