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Líder do Estado Islâmico foi morto na Síria após ação dos EUA, diz Biden

Do UOL, em São Paulo*

03/02/2022 10h32Atualizada em 03/02/2022 17h55

O líder do grupo extremista Estado Islâmico, Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, foi morto na Síria após uma ação militar dos Estados Unidos, informou hoje (3) o presidente Joe Biden. Nenhum militar norte-americano ficou ferido.

Segundo o democrata, al-Qurayshi "escolheu se explodir" durante a ação militar que tentou capturá-lo. Os EUA ofereciam até US$ 10 milhões (R$ 52 milhões) como recompensa para quem tivesse informações que levassem à captura dele.

Na noite de ontem (2), forças especiais executaram uma operação para capturar extremistas em Idlib, região que está fora do controle do governo sírio. A operação terminou com 13 mortos, incluindo sete civis —sendo quatro crianças e três mulheres.

Um funcionário de alto escalão do governo dos EUA já havia dito que o líder do Estado Islâmico morreu ao detonar uma bomba que levava consigo.

Durante a operação, um dos helicópteros dos EUA sofreu um problema mecânico e explodiu em solo, segundo o site ABC News. Detalhes oficiais da ação ainda não foram divulgados.

EUA ofereciam até US$ 10 milhões por informações sobre Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, cujo nome verdadeiro era Amir Muhammad Sa?id Abdal-Rahman al-Mawla, líder do Estado Islâmico - Reprodução/Departamento de Justiça dos Estados Unidos - Reprodução/Departamento de Justiça dos Estados Unidos
EUA ofereciam até US$ 10 milhões por informações sobre Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, então líder do Estado Islâmico
Imagem: Reprodução/Departamento de Justiça dos Estados Unidos

Em comunicado, o presidente Biden afirmou que foi feita uma "operação de contraterrorismo para proteger o povo americano e aliados". Ele também fez um post nas redes sociais.

Sob minha direção, as forças militares dos EUA no noroeste da Síria realizaram com sucesso uma operação de contraterrorismo para proteger o povo americano e nossos aliados e tornar o mundo um lugar mais seguro. Graças à habilidade e bravura de nossas Forças Armadas, tiramos do campo de batalha Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi -o líder do EI.
Trecho da nota assinada pelo presidente Joe Biden

Esta é a maior operação das forças norte-americanas na Síria desde a morte de Abu Bakr Al Baghdadi, então líder do Estado Islâmico, em outubro de 2019, disse o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Rami Abdel Rahman.

A complexa guerra da Síria provocu quase 500 mil mortes desde 2011 e deixou o país fragmentado com a presença de vários grupos.

A Casa Branca publicou uma foto de Joe Biden e da vice-presidente Kamala Harris na Sala de Situação, onde acompanharam a operação dos militares na Síria.

Moradores relatam explosões e tiros de metralhadora

Segundo moradores da região, a operação dos EUA envolveu helicópteros, explosões e tiros de metralhadora. As informações foram divulgadas pela Associated Press, que visitou a cidade de Atme, no norte de Idlib. A região é controlada em grande parte por grupos extremistas e insurgentes.

Testemunhas e equipes de resgate relataram à CNN americana que bombardeios e explosões precederam um ataque aéreo logo após a meia-noite e atingiram um acampamento populoso usado como base por líderes extremistas em Atme.

  • No UOL News, o professor de relações internacionais Reginaldo Nasser e o colunista Leonardo Sakamoto comentam a morte do líder do Estado Islâmico

De acordo com informações da imprensa norte-americana, a operação tinha como alvo um edifício de dois andares em uma área cercada por árvores. Parte do prédio foi destruída no ataque. Moradores relatam ter visto pedaços de corpos no entorno.

"Os primeiros momentos foram aterrorizantes, ninguém sabia o que estava acontecendo", contou Jamil el-Deddo, morador de um campo de refugiados próximo.

"Estávamos preocupados que pudessem ser aeronaves sírias, que trouxeram de volta memórias de bombas de barril que costumavam ser lançadas sobre nós", disse ele, em referência aos explosivos usados pelas forças do presidente Bashar al-Assad contra opositores, durante o conflito no país.

Para o site ABC News, um funcionário do governo dos EUA alegou que as vítimas civis não morreram por ação de militares norte-americanos. Segundo a fonte, as mulheres e crianças estavam próximas de um dispositivo que explodiu no início da operação.

Em uma gravação de áudio que circula entre a população de Idlib, uma pessoa que fala em árabe pede às mulheres e crianças que abandonem as casas na área atacada.

Mapa Atme -  -

Quem era o líder do EI morto na Síria?

De acordo com reportagem do jornal The New York Times, pouco se sabe sobre al-Qurayshi, o líder do Estado Islâmico morto na operação. Analistas veem sua morte como um golpe significativo para o grupo terrorista.

Nascido no Iraque, al-Qurayshi tinha 45 anos e foi um dos fundadores da organização. O nome verdadeiro dele era Amir Muhammad Sa'id Abdal-Rahman al-Mawla, mas também usava vários pseudônimos, como Hajii Abdallah, Abdullah Qardash e Amir Muhammad Sa'id 'Abd-al-Rahman Muhammad al-Mula.

*Com informações de AFP e Deutschewelle