Líder do Estado Islâmico se explodiu durante ação de captura, diz Biden
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse hoje que o líder do grupo extremista Estado Islâmico, Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, "escolheu se explodir" ao ver a aproximação das forças dos EUA, no que o presidente norte-americano classificou como um ato covarde.
Na noite de ontem, forças especiais dos EUA executaram uma operação para capturar extremistas em Idlib, região que está fora do controle do governo sírio. A operação terminou com 13 mortos, incluindo sete civis — sendo quatro crianças e três mulheres. Nenhum militar norte-americano ficou ferido.
- No UOL News, o professor de relações internacionais Reginaldo Nasser e o colunista Leonardo Sakamoto comentam a morte do líder do Estado Islâmico
Em curto pronunciamento no início da tarde de hoje (horário de Brasília), o democrata classificou al-Qurayshi como "uma grande ameaça terrorista ao mundo" e disse que os EUA permanecem vigilantes" e "preparados" para agir contra o Estado Islâmico.
Biden relatou que sua equipe ainda estava "compilando um relatório" sobre como os eventos se desenrolaram, mas disse que, quando os militares tentaram capturar o terrorista, ele "escolheu se explodir", matando outras pessoas de sua família, inclusive crianças.
Sabemos que quando nossas tropas se aproximam para capturar o terrorista, em um ato final de covardia desesperada, sem levar em conta a vida de sua própria família, ele escolheu explodir a si mesmo, não apenas o colete, mas aquele terceiro andar [do prédio em que estava] do que enfrentar a justiça pelos crimes que cometeu. Levando vários membros de sua família com ele, assim como seu antecessor fez Joe Biden
O presidente dos Estados Unidos disse que todas as precauções possíveis para minimizar as baixas civis na ação foram tomadas. Autoridades norte-americanas disseram que a explosão da bomba suicida que o líder do Estado Islâmico detonou quando os militares se aproximaram dele foi tão grande que atingiu pessoas do lado de fora do prédio em que ele estava e na vizinhança.
Eles culparam o Estado Islâmico por todas as baixas civis da operação no noroeste da Síria.
Biden agradeceu às forças dos EUA por sua "imensa coragem, habilidade e determinação". "Esta operação é uma prova do alcance e capacidade dos Estados Unidos de eliminar ameaças terroristas, não importa onde eles tentem se esconder em qualquer lugar do mundo."
Esta é a maior operação das forças norte-americanas na Síria desde a morte de Abu Bakr Al Baghdadi, então líder do Estado Islâmico, em outubro de 2019, explicou o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Rami Abdel Rahman.
Continuamos vigilantes. Continuamos preparados. A operação de ontem à noite tirou um grande líder terrorista do campo de batalha e enviou uma forte mensagem aos terroristas de todo o mundo: iremos atrás de vocês e os encontraremos. Mais uma vez hoje, continuamos nossa incessante esforço para manter o povo americano seguro e fortalecer a segurança de aliados e parceiros em todo o mundo Joe Biden
Quem era o líder do EI morto na Síria?
De acordo com reportagem do jornal The New York Times, pouco se sabe sobre al-Qurayshi, mas analistas veem sua morte como um golpe significativo para o grupo terrorista.
Os Estados Unidos ofereciam até US$ 10 milhões (R$ 52 milhões) como recompensa para quem tivesse informações que levassem à captura dele.
Nascido no Iraque, al-Qurayshi tinha 45 anos e foi um dos fundadores da organização. O nome verdadeiro dele era Amir Muhammad Sa'id Abdal-Rahman al-Mawla, mas também usava vários pseudônimos, como Hajii Abdallah, Abdullah Qardash e Amir Muhammad Sa'id 'Abd-al-Rahman Muhammad al-Mula.
Ele liderava o Estado Islâmico desde 2019, quando o então chefe da organização, Abu Bakr al-Baghdadi, morreu em uma ação militar dos EUA na mesma região da Síria.
* Com Reuters
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