Bomba explodida por líder do Estado Islâmico atingiu pessoas fora do prédio
A explosão de uma bomba detonada pelo líder do Estado Islâmico na Síria quando as forças dos Estados Unidos se aproximaram dele foi tão grande que atingiu pessoas do lado de fora do prédio em que ele estava e na vizinhança, disseram autoridades norte-americanas hoje.
O país culpou o Estado Islâmico por todas as baixas civis da operação que tinha como alvo o líder do grupo militante, Abu Ibrahim al-Hashemi al-Quraishi. A ação terminou com 13 mortos, incluindo sete civis — sendo quatro crianças e três mulheres. Nenhum militar norte-americano ficou ferido.
"Todas as baixas no local foram decorrentes de atos de terroristas do Isis (Estado Islâmico) dentro da residência", disse um funcionário graduado do governo do presidente dos EUA, Joe Biden, em briefing a jornalistas sobre a operação, enquanto se recusava a oferecer uma estimativa sobre o número de civis mortos.
Biden disse que todas as precauções possíveis para minimizar as baixas civis foram tomadas.
Falando a jornalistas na Casa Branca, Biden também disse que Abu Ibrahim al-Hashemi al-Quraishi escolheu se explodir ao ver a aproximação das forças dos EUA, no que o presidente norte-americano classificou como um ato covarde.
O presidente dos EUA relatou que sua equipe ainda estava "compilando um relatório" sobre como os eventos se desenrolaram, mas disse que, quando os militares tentaram capturar o terrorista, ele "escolheu se explodir", matando outras pessoas de sua família, inclusive crianças.
Sabemos que quando nossas tropas se aproximam para capturar o terrorista, em um ato final de covardia desesperada, sem levar em conta a vida de sua própria família, ele escolheu explodir a si mesmo, não apenas o colete, mas aquele terceiro andar [do prédio em que estava] do que enfrentar a justiça pelos crimes que cometeu. Levando vários membros de sua família com ele, assim como seu antecessor fez Joe Biden
Biden acrescentou que seu governo continuará trabalhando com parceiros para manter a pressão sobre o Estado Islâmico.
Esta é a maior operação das forças norte-americanas na Síria desde a morte de Abu Bakr Al Baghdadi, então líder do Estado Islâmico, em outubro de 2019, explicou o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Rami Abdel Rahman.
Moradores relatam explosões e tiros de metralhadora
Segundo moradores da região, a operação dos EUA envolveu helicópteros, explosões e tiros de metralhadora. As informações foram divulgadas pela Associated Press, que visitou a cidade de Atme, no norte de Idlib. A região é controlada em grande parte por grupos extremistas e insurgentes.
Testemunhas e equipes de resgate relataram à CNN americana que bombardeios e explosões precederam um ataque aéreo logo após a meia-noite (horári local) e atingiram um acampamento populoso usado como base por líderes extremistas em Atme.
De acordo com informações da imprensa norte-americana, a operação tinha como alvo um edifício de dois andares em uma área cercada por árvores. Parte do prédio foi destruída no ataque. Moradores relatam ter visto fragmentos de corpos no entorno.
Quem era o líder do Estado Islâmico morto?
Al-Hashimi al-Qurayshi nasceu no Iraque, al-Qurayshi tinha 45 anos e foi um dos fundadores da organização.
Os Estados Unidos estavam oferecendo até US$ 10 milhões (cerca de R$ 52 milhões) como recompensa para quem tivesse informações que levassem à captura do líder.
O nome verdadeiro dele era Amir Muhammad Sa'id Abdal-Rahman al-Mawla, mas também usava vários pseudônimos, como Hajii Abdallah, Abdullah Qardash e Amir Muhammad Sa'id 'Abd-al-Rahman Muhammad al-Mula.
Ele liderava o EI desde 2019, quando o então chefe da organização, Abu Bakr al-Baghdadi, morreu em uma ação militar dos EUA na mesma região da Síria.
* Com Reuters
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