EUA prometem intervir se tensão com Rússia afetar fornecimento de gás à UE
O secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, disse hoje que os EUA e seus aliados na Europa estão agindo "em unidade" em resposta aos avanços da Rússia para possível conflito com a Ucrânia.
"Haverá consequências reais e profundas se a Rússia optar por continuar a agressão", afirmou Blinken, ao lado do alto representante da UE, Josep Borrell.
"Desenvolvemos uma resposta de ação rápida e de alto impacto que infligiria custos maciços à economia e ao sistema financeiro russos, incluindo sanções e controle significativo das exportações", disse Blinken, acrescentando que a UE prepara ações "complementares".
A declaração ocorre num momento em que as tensões entre o Ocidente e Moscou (sede do governo russo) sobre a Ucrânia levantaram preocupações sobre os fluxos de gás russo para a Europa.
Os preços subiram para níveis recordes nos últimos meses por causa das importações abaixo do esperado a partir da Rússia.
"Quando a Rússia interrompeu o fornecimento de gás por causa de uma disputa com a Ucrânia em 2009, pessoas morreram de frio. E quando o fornecimento de energia falha, as economias oscilam", disse o secretário de Estado.
"Estamos determinados a evitar que isso aconteça e a mitigar o impacto no fornecimento e nos preços de energia, caso a Rússia opte por cortar o fornecimento de gás natural para a Europa mais do que já fez."
O armazenamento de gás da Europa está cerca de 10% menor que o normal para esta época do ano.
A Gazprom (a maior empresa de energia da Rússia) afirmou que tem honrado com todos os contratos de longo prazo, mas foi acusada por autoridades da UE e pela Agência Internacional de Energia de contribuir para uma oferta insuficiente em meio ao impasse com a Ucrânia.
UE negocia com outros países
A Rússia fornece cerca de 40% do gás do bloco. O possível impacto sobre essa oferta em caso de a Rússia invadir a Ucrânia levou a UE a aumentar a busca de oferta de outros países.
Hoje, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que o bloco tem dialogado com os EUA e outros fornecedores sobre a entrega de gás para a Europa em meio às tensões entre Rússia e Ucrânia.
"Estamos construindo uma parceria para segurança energética com os Estados Unidos, principalmente sobre maior fornecimento de gás GNL. Estamos conversando com outros fornecedores de gás, por exemplo a Noruega, sobre maiores entregas para a Europa", afirmou von der Leyen.
"Há sinais crescentes de que o Kremlin continua usando o fornecimento de gás como meio de exercer pressão política", disse a dirigente.
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