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Partido de Moro autoriza diálogo com Cidadania sobre possível federação

26.jan.2022 - O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (Podemos), em evento do MBL, em São Paulo - Roberto Sungi/Futura Press/Estadão Conteúdo
26.jan.2022 - O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (Podemos), em evento do MBL, em São Paulo Imagem: Roberto Sungi/Futura Press/Estadão Conteúdo

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

01/02/2022 03h00

Em busca de alianças políticas que possam alavancar a campanha do pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro, o Podemos anunciou hoje que vai ampliar as negociações com o Cidadania para possível formação de federação partidária.

Se a aliança for confirmada, o Cidadania deve retirar a pré-candidatura do senador Alessandro Vieira ao Palácio do Planalto.

O partido presidido por Roberto Freire avalia possível composição com o PSDB, do governador de São Paulo, João Doria. O tucano também é pré-candidato ao cargo de chefe do Executivo federal.

No entanto, incompatibilidades regionais do Cidadania com o PSDB podem favorecer o cenário para o Podemos.

Além de Moro, Vieira e Doria, 9 políticos sinalizaram que devem concorrer à Presidência da República neste ano.

  • Rodrigo Pacheco (PSD);
  • Felipe D'Ávila (Novo);
  • Leonardo Péricles (UP);
  • Aldo Rebelo (sem partido);
  • Jair Bolsonaro (PL);
  • Luiz Inácio Lula da Silva (PT);
  • Simone Tebet (MDB);
  • Ciro Gomes (PDT);
  • André Janones (Avante).

Podemos pede união da 3ª via e aliança com Cidadania

Em nota, o Podemos afirmou que, além de criar uma frente contra a polarização eleitoral entre Lula e Bolsonaro, busca fortalecer a construção de um projeto plural no Brasil junto ao Cidadania. Leia a íntegra:

"Com o objetivo de unir a terceira via e fortalecer a construção de um projeto sólido e plural de Brasil, a Executiva Nacional do Podemos decidiu autorizar a ampla discussão com o Cidadania para a formação de federação nas eleições de 2022.

Entendendo a importância da somatória de forças que representem uma alternativa equilibrada ao País, hoje representada no Cidadania pela pré-candidatura do senador Alessandro Vieira, o Podemos entende haver sinergia do projeto liderado por Sergio Moro com este relevante partido e com outras agremiações do centro democrático.

Essa é uma etapa importante para a consolidação de nova frente unida pelo futuro do Brasil, que poderá congregar uma única e forte candidatura à presidência, com convergência de ideias e de princípios, transformando em realidade a tão desejada expectativa de um Brasil justo para todos."

Financiamento & tempo de TV

Com eventual aliança do Podemos com o Cidadania, Moro teria mais tempo em rádio e TV.

Além disso, haveria a soma dos recursos financeiros a que os partidos têm direito para investir na campanha. Para ter acesso a valores desse fundo é preciso que cada sigla tenha 11 deputados federais eleitos.

O Cidadania tem atualmente sete representantes na Câmara; o Podemos, 11.

Com o fim das coligações partidárias, que podiam variar de um Estado para outro, o TSE determinou que as federações devam ter abrangência nacional. Legendas que deixam suas federações antes do prazo mínimo de quatro anos ficam sujeitas a perder acesso ao fundo partidário.

PT e PSB mantêm debates

Em nota divulgada hoje, PT, PSB, PC do B e PV afirmaram que devem continuar trabalhando para firmar federação partidária em 2022. Nova reunião deve ser realizada em 9 de fevereiro.

No Maranhão, o PT decidiu apoiar Carlos Brandão (PSDB), vice-governador escolhido por Flávio Dino (PSB) para sua sucessão. Brandão deixará o PSDB e se filiará ao PSB.

Para fechar a federação, o PSB quer que o PT apoie seus candidatos em ao menos mais seis Estados:

  • São Paulo;
  • Pernambuco;
  • Rio Grande do Sul;
  • Espírito Santo;
  • Rio de Janeiro; e
  • Acre.

O Estado mais problemático é São Paulo, onde o PT insiste na candidatura de Fernando Haddad.

O PSB, por sua vez, só deve retirar a candidatura de Márcio França (que concorrerá com Haddad se não houver acordo com o PT) se o ex-governador Geraldo Alckmin resolver se filiar à sigla para disputar ao governo do Estado.

Alckmin se articula para concorrer ao Planalto como vice de Lula.

No Rio, o PT deve declarar apoio ao deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ). Com relação aos outros Estados, os partidos discutem adotar o critério de quem estará mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto.