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EUA acusam Rússia de expulsar vice-embaixador norte-americano de Moscou

Rússia expulsa segunda maior autoridade dos EUA na embaixada em Moscou, diz Departamento de Estado dos EUA - Thibault Camus/Pool via Reuters
Rússia expulsa segunda maior autoridade dos EUA na embaixada em Moscou, diz Departamento de Estado dos EUA Imagem: Thibault Camus/Pool via Reuters

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo*

17/02/2022 12h29Atualizada em 17/02/2022 16h47

Os Estados Unidos anunciaram hoje que a Rússia "expulsou" o vice-embaixador americano, Bart Gorman, de Moscou. A informação é do Departamento de Estado. Horas antes, os EUA acusaram os russos de enviar mais 7 mil soldados para a fronteira com a Ucrânia nos últimos dias. Kremlin nega o envio de militares.

"Pedimos à Rússia que acabe com as expulsões infundadas de diplomatas americanos", disse um porta-voz do Departamento de Estado à AFP. "Estamos estudando nossa resposta", completou.

Segundo o porta-voz, a ação contra o diplomata "não foi provocada" e classificou a ação russa como "um passo de escalada", informou a agência de notícias AP (Associated Press). A Rússia não explicou por que Gorman foi expulso do país.

O porta-voz ainda explicou que Gorman, o segundo funcionário mais graduado dos EUA na embaixada em Moscou, estava com o visto de viagem válido e trabalhava na Rússia havia menos de três anos.

Após a saída do diplomata da embaixada de Moscou, o porta-voz dos EUA ainda afirmou: "Agora, mais do que nunca, é crucial que nossos países tenham o pessoal diplomático necessário para facilitar a comunicação entre nossos governos".

Anuncio de recuo russo em dúvida

A Rússia nega que tenha transferido mais soldados para a fronteira e chegou a anunciar na terça-feira (15) que algumas unidades militares posicionadas na fronteira com a Ucrânia, cuja presença provocava o temor de uma operação militar iminente no país vizinho, começaram a retornar aos quartéis.

Apesar da suposta saída de militares, o país liderado por Vladimir Putin declarou hoje que a retirada das tropas é um processo demorado. Segundo estimativas de um funcionário de alto escalão do governo dos EUA, mais de 150 mil soldados russos estão na fronteira da Ucrânia.

Países ocidentais já vinham enxergando as declarações do Kremlin sobre a retirada de soldados da fronteira com ceticismo. Ontem, o secretário-geral da Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, disse que o país continuava a reforçar a presença militar nas fronteiras e ressaltou não haver sinais concretos de uma desescalada por enquanto.

Biden aponta para risco 'muito alto' de invasão

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse hoje que a ameaça de uma invasão russa na Ucrânia é "muito alta". Biden afirmou aos repórteres quando saía da Casa Branca que havia "todas as indicações de que eles estão preparados para entrar na Ucrânia" e que não havia nenhum plano para que ele telefonasse para o presidente russo, Vladimir Putin.

"Temos motivos para acreditar que eles estão fazendo uma operação de pretexto para ter uma desculpa para entrar. Todas as indicações que temos são de que eles estão preparados para entrar na Ucrânia, atacar a Ucrânia", insistiu. "Minha percepção é que isso vai acontecer nos próximos dias".

Biden disse que ainda não leu uma nova resposta escrita do presidente russo, Vladimir Putin, às propostas dos EUA para uma saída diplomática da crise. O presidente norte-americano afirmou que ainda há "uma via diplomática" e que o secretário de Estado, Antony Blinken, "definirá qual é essa via" em um discurso nesta quinta-feira nas Nações Unidas.

As forças militares russas cercaram grande parte das fronteiras da Ucrânia como parte de uma tentativa de derrubar as políticas pró-ocidentais do país, incluindo seu objetivo de longo prazo de ingressar na Otan.

*Com informações da AFP e Reuters