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EUA acusam Rússia enviar mais 7 mil soldados para fronteira com a Ucrânia

Forças armadas da Rússia fazem exercício militar na região de Grodno, no norte de Belarus - Leonid SHCHEGLOV / BELTA / AFP
Forças armadas da Rússia fazem exercício militar na região de Grodno, no norte de Belarus Imagem: Leonid SHCHEGLOV / BELTA / AFP

Do UOL, em São Paulo

17/02/2022 09h27Atualizada em 17/02/2022 12h49

Os Estados Unidos acusaram a Rússia de enviar mais 7 mil soldados para a fronteira com a Ucrânia nos últimos dias, embora Moscou tenha anunciado que está retirando os militares.

A informação é dos canais norte-americanos CNN e Sky News, que atribuíram a fala a um funcionário do alto escalão do governo. Segundo os veículos, essa pessoa teria dito que as promessas russas de desmobilizar as tropas são falsas.

"Todas as indicações que temos até o momento é de que eles planejam oferecer diálogos e declarar o fim da escalada em público, enquanto se preparam para guerra no privado", teria dito à CNN.

Segundo essa estimativa, agora haveria mais de 150 mil soldados da Rússia na fronteira com o país vizinho, embora o Kremlin tenha anunciado que retirou parte do efetivo.

Otan não vê sinais de recuo russo

Os países ocidentais já vinham enxergando as declarações do governo russo com ceticismo. Ontem, o secretário-geral da Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, disse que o país continuava a reforçar a presença militar nas fronteiras e ressaltou não haver sinais concretos de uma desescalada por enquanto.

"Não constatamos nenhuma desescalada no terreno por enquanto. Pelo contrário, parece que a Rússia segue reforçando sua presença militar", disse no início da reunião dos Ministros da Defesa da aliança em Bruxelas, na Bélgica. "A Rússia ainda pode invadir a Ucrânia sem aviso prévio. As capacidades estão mobilizadas, e a presença militar é importante, superior a 100 mil soldados",

"Estamos prontos para nos reunir com a Rússia, mas nos preparamos para o pior", concluiu.

Moscou nega estar se preparando para uma guerra e manifestou publicamente vontade de prosseguir com os esforços diplomáticos. Na terça-feira (15), o presidente russo disse em entrevista coletiva que não queria uma guerra e que desejava continuar trabalhando em conjunto com os países ocidentais para diminuir a crise na Ucrânia.

Entenda a tensão entre Rússia e Ucrânia

O regime de Vladimir Putin reclama de uma eventual adesão de Kiev à Otan, aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.

Para Putin, a Otan é uma ameaça à segurança da Rússia por sua expansão na região. Por isso, o presidente quer uma declaração formal de que a Ucrânia nunca vai se filiar à aliança.

Em contrapartida, os Estados Unidos e países aliados do Ocidente (como o Reino Unido, França e a Alemanha) têm dito repetidas vezes que a Rússia pode invadir a Ucrânia "a qualquer momento" e ameaçam o país com "sanções econômicas severas" e "resposta ágil" caso a invasão ocorra.

Moscou, por sua vez, acusa os países ocidentais —em especial os Estados Unidos— de fazerem "histeria e alarmismo" sobre um ataque russo à Ucrânia, o que, segundo eles, não estaria em seus planos.

A Rússia já anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, o que culminou em sanções econômicas dos EUA e da União Europeia. O país também é acusado de financiar os rebeldes pró-Moscou que controlam as autoproclamadas Repúblicas de Lugansk e Donetsk, na região de Donbass.