Separatistas pedem que Putin reconheça independência de regiões da Ucrânia
Os líderes dos dois territórios separatistas pró-russos do leste da Ucrânia pediram hoje ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que reconheça a independência das regiões e ative uma "cooperação em matéria de defesa". Os pedidos foram feitos pelos líderes da República Popular de Donetsk e da de Lugansk, respectivamente Denis Pushilin e Leonid Pasechnik, e divulgados pela televisão russa.
Caso a Rússia dê esse passo, poderá abrir caminho para que Moscou envie abertamente forças militares para ambas as regiões, usando o argumento de que está intervindo como um aliado para protegê-los contra a Ucrânia.
O presidente Putin declarou que está estudando o pedido e deve decidir ainda hoje. Em reunião do conselho de segurança russo, ele disse que ouvirá os colegas e determinará os próximos passos nessa direção.
Na semana passada, a medida foi aprovada pela Duma (Câmara Baixa da Assembleia Federal da Rússia), mas um porta-voz do Kremlin afirmou que ela violaria os acordos de Minsk.
Medida foi condenada por UE e EUA
Na semana passada, deputados russos aprovaram que o governo reconheça a "República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk" como Estados "autônomos, soberanos e independentes", em meio à tensão crescente na fronteira.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que Putin soube da proposta, mas que ela não seguiria os acordos de Minsk de 2014 e 2015, que tinham como objetivo encerrar os conflitos na região.
O projeto também foi condenado pela União Europeia e pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken. Segundo ele, a medida seria ilegal e desencadearia uma resposta rápida.
"A promulgação dessa resolução prejudicaria ainda mais a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, constituiria uma violação grosseira do direito internacional, colocaria em questão o compromisso declarado da Rússia de continuar a se envolver na diplomacia para alcançar uma resolução pacífica dessa crise", disse Blinken na última quarta-feira (16).
O reconhecimento dessas regiões pode reacender o conflito na região de Donbass entre as forças de governo e os separatistas apoiados por Moscou, que já deixou 15 mil mortos.
* Com AFP e Reuters
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.