Rússia enviará soldados à Ucrânia se houver ameaça, diz vice-chanceler
A Rússia não tem a intenção, "por enquanto", de enviar tropas para as regiões separatistas do leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu ontem, mas fará isso se houver "uma ameaça", declarou hoje o vice-chanceler Andrei Rudenko.
"A ajuda militar está prevista no acordo (com os separatistas), mas não vamos especular. Por enquanto, não vamos mandar ninguém para parte alguma", disse. "Se houver uma ameaça, então, é claro, daremos nossa ajuda, segundo o acordo que foi ratificado."
O presidente russo, Vladimir Putin, contudo, pediu à Câmara Alta do Parlamento autorização para o envio de militares às regiões.
Ontem, Putin sancionou dois decretos que pedem ao Ministério da Defesa que "as Forças Armadas russas assumam funções de manutenção da paz no território" das "repúblicas populares" de Donetsk e Lugansk. Com isso, soldados podem ser enviados ao local em "missão de paz".
A medida foi criticada pelo Ocidente, e o Reino Unido já anunciou sanções contra a Rússia. A União Europeia e os Estados Unidos planejam fazer o mesmo ainda hoje.
Nesta terça-feira, também foram aprovados pelo Parlamento dois acordos que criam a "base legal para a presença" nestes territórios de "unidades militares russas necessárias para a manutenção da paz na região e para garantir uma segurança duradoura das partes".
Estes textos "estabelecem as obrigações das partes para garantir assistência mútua, se uma das partes for objeto de um ataque", e "preveem uma proteção comum nas fronteiras".
Há semanas, a Rússia enviou cerca de 150 mil soldados para sua fronteira com a Ucrânia, aumentando o temor de uma invasão ao país vizinho.
*Com informações da AFP.
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