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Putin reconhece independência de regiões separatistas da Ucrânia

Do UOL, em São Paulo

21/02/2022 16h45Atualizada em 21/02/2022 18h25

O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu hoje a independência de duas regiões separatistas no leste da Ucrânia, a República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk, agravando a tensão na região. A cerimônia foi transmitida pela televisão estatal.

A decisão, porém, não prevê anexá-las e adicioná-las formalmente a seu próprio território, mas determina "acordos de amizade e ajuda mútua". Durante o seu discurso, Putin pediu aos parlamentares que ratifiquem o documento assinado por ele hoje:

"Peço à Assembleia Federal da Federação Russa que apoie essa decisão e depois ratifique os tratados de amizade e assistência mútua com ambas as repúblicas. Esses dois documentos serão preparados e assinados em um futuro muito próximo", acrescentou.

O presidente russo também pediu à Ucrânia que cesse imediatamente as "operações militares" contra os separatistas pró-Rússia. Caso contrário, o país será responsabilizado "por mais derramamento de sangue".

"Quanto àqueles que tomaram o poder em Kiev e o mantém, exigimos que cessem imediatamente as operações militares, caso contrário, toda a responsabilidade por mais derramamento de sangue recairá sobre a consciência do regime em território ucraniano", disse ele ao final do discurso.

A decisão agrava a crise entre Rússia e Ucrânia. Também põe fim ao instável processo de paz mediado pela França e a Alemanha, que previa a devolução dos territórios ao controle de Kiev em troca de ampla autonomia.

Pedido de reconhecimento

Os líderes dos dois territórios haviam pedido nesta manhã ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que reconheça a independência das duas áreas e ative uma "cooperação em matéria de defesa".

Na semana passada, a medida foi aprovada pela Duma (Câmara Baixa da Assembleia Federal da Rússia), mas um porta-voz do Kremlin afirmou que ela violaria os acordos de Minsk de 2014 e 2015, que visavam encerrar conflitos entre forças do governo ucraniano e rebeldes.

UE promete reação

A presidente da Comissão da União Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou hoje que o bloco europeu e os seus parceiros vão reagir à decisão do presidente russo, Vladimir Putin.

O reconhecimento dos dois territórios separatistas da Ucrânia é uma violação flagrante do direito internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos Minsk. A UE e os seus parceiros reagirão com unidade, firmeza e determinação em solidariedade com a Ucrânia.

Ursula von der Leyen, em seu perfil, nas redes sociais

A decisão sobre as sanções deve ser tomada pelos líderes da organização em uma cúpula, e será convocada uma reunião extraordinária dos ministros das Relações Exteriores da UE para adotá-las.

O reconhecimento por parte da Rússia da independência das regiões separatistas da Ucrânia representaria uma "ruptura unilateral" dos acordos de Minsk de 2015, disse nesta segunda-feira o chefe de governo alemão, Olaf Scholz, após uma conversa telefônica com Vladimir Putin.

* (Com informações da AFP)