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Descoberta rara: Fóssil de pterossauro 'gigante' é achado na Escócia

Natalia Jagielska assumiu os estudos sobre o fóssil raro encontrado na Escócia. - Divulgação/Universidade de Edimburgo
Natalia Jagielska assumiu os estudos sobre o fóssil raro encontrado na Escócia. Imagem: Divulgação/Universidade de Edimburgo

Colaboração para o UOL

23/02/2022 11h30Atualizada em 23/02/2022 13h40

Paleontólogos encontraram um fóssil de um pterossauro na Ilha de Skye, na Escócia, que, após extensa análise, foi confirmado como o maior exemplar desse tipo de dinossauro já descoberto em todo o mundo. O animal, popularmente conhecido como pterodáctilo, tem uma envergadura estimada superior a 2,5 metros.

Além de ser apontado como o maior, o fóssil também é o mais bem preservado do gênero, conhecido por suas asas e seu bico alongado. Os pesquisadores o batizaram como Dearc sgiathanach, termo gaélico que pode ser traduzido como "réptil alado" e faz referência à própria Ilha de Skye, cujo nome gaélico significa "a ilha alada".

O espécime foi descoberto durante uma escavação financiada pela National Geographic Society, em 2017, e vinha sendo estudado desde então. Agora, com os estudos mais aprofundados concluídos, será adicionado à coleção do Museu Nacional da Escócia, na condição de um dos itens mais raros da instituição e com a confirmação de ser o maior e mais bem preservado fóssil deste dino.

"Mesmo no contexto de descobertas paleontológicas incríveis em Sky nos últimos anos, esta é realmente marcante. Encontrar e descrever um espécime que é tão bem preservado e tão significante é realmente especial. Estamos honrados em adicionar Dearc à nossa coleção, uma adição única para o registro de fósseis e um espécime que será estudado agora e ao longo do futuro", disse o Dr. Nick Frase, do Museu Nacional da Escócia, em entrevista ao site oficial da Universidade de Edimburgo.

Estudante de PhD da instituição de ensino escocesa, Amelia Penny foi a responsável por encontrar o fóssil. Na ocasião, avistou a mandíbula do dinossauro saindo de uma camada de calcário perto do mar. Então, foi iniciada a operação cuidadosa para extrair o esqueleto, em uma corrida contra o tempo enquanto a maré subia.

Na Universidade de Edimburgo, o pterodáctilo foi analisado com tomografias computadorizadas, que revelaram lobos ópticos grandes, um sinal de boa visão. Agora, uma nova parte dos estudos será conduzida pela doutoranda Natalia Jagielska, focada na análise sobre o comportamento do réptil alado.

Pterossauro - Reprodução/Universidade de Edimburgo  - Reprodução/Universidade de Edimburgo
Imagem recria aparência dos pterossauros, conhecidos por suas asas e bicos alongados.
Imagem: Reprodução/Universidade de Edimburgo

O que mais anima Jagielska é a surpresa por ter encontrado um pterossauro na Escócia, já que eles são raros e os exemplares costumam ser descobertos em outras localidades.

O Brasil, inclusive, é um dos locais onde fósseis do tipo já foram encontrados. Em setembro do ano passado, foi desenterrado um espécime na chapada do Araripe, entre Ceará, Pernambuco e Piauí, mesmo local onde encontraram outro exemplar no mês anterior.

"Pterossauros preservados em tal qualidade são extremamente raros e geralmente são encontrados em formações rochosas no Brasil e na China. No entanto, um enorme pterossauro incrivelmente preservado emergiu de uma plataforma de maré na Escócia", explicou Jagielska, espantada também com a qualidade de preservação do fóssil.

"Para conseguir voar, os pterossauros tinham ossos ocos com paredes ósseas finas, tornando seus restos mortais frágeis e impróprios para preservação por milhões de anos. Nosso esqueleto, contudo, cerca de 160 milhões de anos depois de sua morte, permanece em condições quase primitivas, articulado e quase completo. Seus dentes afiados de arrebatar peixes ainda retêm uma cobertura de esmalte brilhante, como se ele estivesse vivo poucas semanas atrás", completa.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no texto, Skye fica na Escócia, e não na Austrália. O conteúdo foi corrigido.