Família relata tensão de goiano para sair da Ucrânia: 'Desesperado'
Gabriel Felipe Costa, 25, é um dos brasileiros que vivem na Ucrânia e que estão tentando deixar o país após os bombardeios da Rússia na madrugada de hoje (horário de Brasília). O jovem, que é administrador de empresas, é natural de Campos Belos (GO) e mudou-se para Kiev há três anos por conta do trabalho. Segundo a família, Gabriel já deixou a capital ucraniana e tenta chegar à Polônia, onde tem amigos que poderão recebê-lo.
Ao UOL o primo e advogado de Gabriel, Fabrício Modesto, 25, contou que o jovem ligou para ele hoje por volta das 7h30 da manhã para avisar que a Ucrânia estava sendo atacada.
Na terça-feira (22), ele me ligou e ele disse que estava tudo normal, que a vida estava tranquila, que não ia acontecer nada. Hoje, quando eu estava acordando, por volta das 7h30, ele falou que estavam atacando e ficou desesperado. Ele disse que estava todo mundo na rua praticamente e começou a mandar vídeos das pessoas com malas, mochilas, tentando sair da cidade.
Fabrício ainda conta que Gabriel relatou ter escutado sons de aviões sobrevoando a região e que, logo em seguida, entrou no primeiro carro que saísse de Kiev.
Estávamos tentando arranjar uma carona para ele com outro brasileiro, em um grupo do WhatsApp de brasileiros na Ucrânia. Só que chegou um momento que ele foi para a rua e o primeiro carro que ele encontrou, ele entrou. Ele saiu da cidade de carona com uma pessoa que não conhecia levando só uma mochila. Agora ele está há cerca de 80 km da capital, em Bila Tserkva, e deve sair amanhã logo cedo com uma amiga rumo à Polônia.
As conversas com o primo têm sido rápidas e instáveis. "Quando eu consigo ligar por telefone para ele, eu falo por um minuto e depois não dá mais. Da última vez que nos falamos, ele contou que não está conseguindo sacar dinheiro e que os bancos não estão funcionando."
Em vídeo enviado no início da noite de hoje ao primo, Gabriel mostra que os postos de gasolina estão cheios. Ele relatou que há um desabastecimento generalizado. "Ele disse que quando vê um posto fechado, é que acabou a gasolina. Os postos que têm combustível ainda são poucos e com preços altos", conta Fabrício.
A família de Gabriel havia comprado no sábado (19) uma passagem para o país vizinho para hoje, às 16h. No entanto, após os bombardeios, o espaço aéreo foi fechado e o voo, cancelado. A viagem estava marcada porque Gabriel precisava renovar o visto. Na ocasião, o jovem relatou ao primo que "ninguém pensava em sair do país" por conta das tensões. "Ninguém achava que a Rússia ia de fato atacar."
Agora, o Fabrício, que é advogado, tentou estabelecer contato com as embaixadas do Brasil e da Ucrânia para saber se há possibilidade de trazer o primo de volta. "As vias diplomáticas são impossíveis", disse ele.
Eles mandaram um link para preencher os dados, mas não tive retorno. A única resposta que tive era para que, quem pudesse, pegasse um carro e saísse pela via terrestre. Caso não fosse possível, ficassem em casa ou em locais onde as autoridades ucranianas indicarem como centros de abrigo.
Segundo o governo ucraniano, ao menos 57 pessoas, entre civis e militares, morreram após o ataque russo no país.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.