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Funcionários de Chernobyl são feitos reféns por militares russos

Do UOL, em São Paulo

25/02/2022 18h39

Pelo menos 92 funcionários da usina de Chernobyl foram feitos reféns das forças militares russas, segundo a embaixadora ucraniano nos EUA, Oksana Markarova. A informação foi repassada durante uma entrevista coletiva em Washington. A usina nuclear foi capturada pelos militares da Rússia na quarta-feira (24).

A representante dos Estados Unidos ressaltou que os trabalhadores detidos não conseguem trabalhar em turnos e seguir os regulamentos rígidos que o local exige. Com isso, as tarefas ficam sob responsabilidade "das forças russas e do exército russo".

"Na defesa dessas usinas, estamos tentando ser muito responsáveis e cuidadosos para que não haja danos a ela. Não podemos dizer o mesmo sobre a Federação Russa, então é por isso que estamos alertando e é por isso que estamos chegando a todos", disse.

Segundo Markarova, a Ucrânia está contatando os reguladores nucleares e outros países para alertá-los sobre a situação em Chernobyl.

Mapa Ucrania - Arte/ UOL - Arte/ UOL
Imagem: Arte/ UOL

Ucrânia diz que radiação em Chernobyl aumentou após invasão russa

A agência nuclear da Ucrânia e o Ministério do Interior disseram hoje que registraram níveis crescentes de radiação em Chernobyl após a Rússia tomar o controle da região onde fica a extinta usina nuclear.

Segundo os especialistas da agência nuclear, a mudança se deve ao movimento de equipamentos militares pesados na área, levantando poeira radioativa no ar. Eles não informaram, no entanto, quais são os níveis exatos de radiação.

"A radiação começa a aumentar. Não é crítico para Kiev por enquanto, mas estamos monitorando", disse o Ministério do Interior. A Polônia, que é vizinha da Ucrânia, disse que não registrou nenhum aumento nos níveis de radiação em seu território.

O local do desastre nuclear de 1986 fica a cerca de 100 quilômetros de Kiev. Hoje, o reator é coberto por uma estrutura de concreto conhecida como "sarcófago de Chernobyl". Ela funciona como uma barreira para que a radiação ainda presente no local não se espalhe enquanto cientistas pensam em alternativas para eliminar os últimos resíduos radioativos.