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Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


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Guerra na Ucrânia está acabando do ponto de vista militar, avalia professor

Colaboração para o UOL

02/03/2022 12h58Atualizada em 02/03/2022 13h18

Na avaliação do professor de geopolítica Ronaldo Carmona, a guerra entre Rússia e Ucrânia está perto do fim do ponto de vista militar. Ao UOL News, o estudioso diz que Vladimir Putin deve conseguir conquistar territórios ucranianos.

"A gente pode dizer que há uma batalha em três frentes principais: militar, diplomática e econômica. Me parece que a nova rodada de negociação de hoje é só mais uma etapa, mas não devem chegar a um termo, porque o impasse do campo militar continua, embora caminhe para solução bastante rápida por causa das conquistas russas do ponto de vista militar", diz.

Carmona afirma que esse desfecho deve acontecer por causa da potência militar que a Rússia representa e a não participação da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no conflito, já que são duas forças nucleares. "Embora ainda haja resistência das tropas de Kiev [capital da Ucrânia], me parece que, do ponto de vista militar, se caminha a uma solução por causa dessa assimetria", analisou.

O governo em Kiev anunciou que irá conversar ainda hoje com a delegação russa que está na Belarus para discutir a guerra na Ucrânia.

Enquanto bombardeios se intensificam em torno de Kiev e Kharkiv, as duas principais cidades da Ucrânia, as forças russas começam a redesenhar o mapa do país vizinho com a tomada de Kherson, ao sul do país. O anúncio foi feito pelo Ministério da Defesa em Moscou. Kherson passou cerca de 24 horas sob intenso bombardeio, o que deve ter gerado elevadas baixas civis, dando assim uma medida do cerco que se forma em torno da capital ameaçada.

Rússia não está isolada, diz professor

Para Ronaldo Carmona não é correto dizer que a Rússia está isolada da comunidade internacional. "Ela está isolada em relação à Otan, G7 [grupo dos países mais industrializados do mundo]. Mas Vladimir Putin esteve em Pequim, na abertura do Jogos de Inverno, e assinou declaração com a China que estabeleceu aliança tática", ressaltou o professor.

Porém, ontem, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, conversou por telefone com o chanceler da Ucrânia —a convite deste—, no primeiro diálogo formal entre os dois países desde que a Rússia deu início à guerra, na última semana.

A conversa, de acordo com os relatos oficiais de ambas as diplomacias, sinaliza uma mudança de tom na abordagem chinesa ao conflito. Pequim é aliada de Moscou e, até agora, absteve-se de condenar a invasão nas reuniões do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

Na ligação, não houve qualquer crítica por parte de Wang à ofensiva militar da Rússia ou ao presidente Vladimir Putin. Mas o chinês expressou algum nível de solidariedade a seu homólogo em Kiev ao se dizer "extremamente preocupado com os danos aos civis" da Ucrânia.

  • Veja a entrevista completa e a cobertura da guerra na Ucrânia no UOL News com Fabíola Cidral: