Cerca de 1,3 mil civis já foram mortos em Mariupol, diz autoridade
O assessor do prefeito de Mariupol, Petro Andryushchenko, disse, nesta quarta-feira (9), que cerca de 1,3 mil civis já morreram na cidade ao sul da Ucrânia desde o início da guerra com a Rússia. De acordo com Andryushchenko, a região é alvo de bombardeios constantes pelos militares russos.
"A situação durante a noite foi de bombardeios na área de Cheremushek, do distrito de Primorsky, e na área de Port City. Além disso, os soldados começaram a usar ativamente o bombardeio aéreo. O objetivo de destruição completa da cidade não está mais escondido", disse Andryushchenko, segundo a agência de notícias ucraniana UNIAN.
Diante de tantas mortes em Mariupol, moradores de Mariupol têm enterrado parentes e amigos em valas comuns porque os constantes bombardeios na cidade impedem que enterros adequados sejam feitos. O fotógrafo Mstislav Chernov capturou um desses momentos.
"Covas coletivas em Mariupol, pois as pessoas não podem enterrar seus mortos sob pesados bombardeios", escreveu em uma publicação no Instagram.
Mais cedo, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos disse que pelo menos 516 civis foram mortos, incluindo 76 crianças, e outros 908 ficaram feridos na Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.O número anterior de mortes de civis, informado pela ONU na segunda-feira (7), foi de 406.
Ataque a hospital infantil
Nos últimos dias, Mariupol tem sido alvo frequente de fortes ataques. Mesmo sob um acordo de cessar-fogo, civis não conseguiam deixar a região. Informações de veículos internacionais dão conta de que a população da cidade está sem água e eletricidade há dias.
Segundo o governo ucraniano e a polícia local, mais cedo, os russos lançaram bombas em um hospital infantil e maternidade an cidade. Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas, todas funcionários do hospital. Nenhuma criança teria ficado ferida, nem tampouco morta.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou o ataque como uma "atrocidade" e voltou a pedir que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) proteja seu espaço aéreo contra a Rússia.
"O ataque direto de tropas russas na maternidade. Pessoas sob os escombros. Crianças sob os escombros. Isso é uma atrocidade. Por quanto tempo mais o mundo será cúmplice em ignorar o terror? Feche o céu imediatamente. Pare os assassinatos imediatamente. Você tem poder. Mas você parece estar perdendo a humanidade", escreveu em suas redes sociais o mandatário.
Região disputada
O sul da Ucrânia é crucial para a estratégia da Rússia na guerra. Nos dias que antecederam a invasão, a Rússia posicionou ao longo da costa ucraniana navios carregados com tanques de guerra, veículos blindados e soldados, prontos para desembarcar no mar Negro e no mar de Azov.
A meta era cercar as cidades da região para impedir o acesso da Ucrânia ao mar e criar uma conexão direta com a península da Crimeia —dominada pelos russos desde 2014— e a região de Donbass, à leste, aliada da Rússia e com duas regiões que já declararam independência: Lugansk e Donetsk.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.