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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Cerca de 1,3 mil civis já foram mortos em Mariupol, diz autoridade

Carros e prédio de hospital destruído por ataque aéreo em meio à invasão russa da Ucrânia, em Mariupol - Serviço de imprensa da Polícia Nacional da Ucrânia/via Reuters
Carros e prédio de hospital destruído por ataque aéreo em meio à invasão russa da Ucrânia, em Mariupol Imagem: Serviço de imprensa da Polícia Nacional da Ucrânia/via Reuters

Do UOL, em São Paulo

09/03/2022 17h12Atualizada em 09/03/2022 17h58

O assessor do prefeito de Mariupol, Petro Andryushchenko, disse, nesta quarta-feira (9), que cerca de 1,3 mil civis já morreram na cidade ao sul da Ucrânia desde o início da guerra com a Rússia. De acordo com Andryushchenko, a região é alvo de bombardeios constantes pelos militares russos.

"A situação durante a noite foi de bombardeios na área de Cheremushek, do distrito de Primorsky, e na área de Port City. Além disso, os soldados começaram a usar ativamente o bombardeio aéreo. O objetivo de destruição completa da cidade não está mais escondido", disse Andryushchenko, segundo a agência de notícias ucraniana UNIAN.

Diante de tantas mortes em Mariupol, moradores de Mariupol têm enterrado parentes e amigos em valas comuns porque os constantes bombardeios na cidade impedem que enterros adequados sejam feitos. O fotógrafo Mstislav Chernov capturou um desses momentos.

"Covas coletivas em Mariupol, pois as pessoas não podem enterrar seus mortos sob pesados bombardeios", escreveu em uma publicação no Instagram.

Mais cedo, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos disse que pelo menos 516 civis foram mortos, incluindo 76 crianças, e outros 908 ficaram feridos na Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.O número anterior de mortes de civis, informado pela ONU na segunda-feira (7), foi de 406.

Ataque a hospital infantil

Nos últimos dias, Mariupol tem sido alvo frequente de fortes ataques. Mesmo sob um acordo de cessar-fogo, civis não conseguiam deixar a região. Informações de veículos internacionais dão conta de que a população da cidade está sem água e eletricidade há dias.

Segundo o governo ucraniano e a polícia local, mais cedo, os russos lançaram bombas em um hospital infantil e maternidade an cidade. Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas, todas funcionários do hospital. Nenhuma criança teria ficado ferida, nem tampouco morta.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou o ataque como uma "atrocidade" e voltou a pedir que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) proteja seu espaço aéreo contra a Rússia.

"O ataque direto de tropas russas na maternidade. Pessoas sob os escombros. Crianças sob os escombros. Isso é uma atrocidade. Por quanto tempo mais o mundo será cúmplice em ignorar o terror? Feche o céu imediatamente. Pare os assassinatos imediatamente. Você tem poder. Mas você parece estar perdendo a humanidade", escreveu em suas redes sociais o mandatário.

Região disputada

O sul da Ucrânia é crucial para a estratégia da Rússia na guerra. Nos dias que antecederam a invasão, a Rússia posicionou ao longo da costa ucraniana navios carregados com tanques de guerra, veículos blindados e soldados, prontos para desembarcar no mar Negro e no mar de Azov.

A meta era cercar as cidades da região para impedir o acesso da Ucrânia ao mar e criar uma conexão direta com a península da Crimeia —dominada pelos russos desde 2014— e a região de Donbass, à leste, aliada da Rússia e com duas regiões que já declararam independência: Lugansk e Donetsk.