Atacada em trégua, Mariupol entra em novo cessar-fogo prometido pela Rússia

Sem conseguir evacuar civis hoje (8), a cidade de Mariupol entrou mais uma vez na lista do novo cessar-fogo anunciado pela Rússia. O período de trégua começará a valer a partir das 9h, em Kiev, capital da Ucrânia (às 4h no horário de Brasília).

A decisão foi informada pelo ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, conforme mostrou a agência de notícias russa RIA. As pessoas poderão deixar o país em segurança, de acordo com o governo da Rússia, pelas cidades de Kiev, Chernigov, Sumy e Mariupol.

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A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, disse hoje (8) que a situação humanitária de Mariupol é "catastrófica", segundo o site Sky News. Ela afirmou ainda que o corredor falhou na cidade, porque tropas russas dispararam contra um comboio ucraniano que transportava "carga humanitária" — os russos negam.

Logo após o anúncio da Rússia, em uma mensagem enviada pelo Telegram, as forças ucranianas divulgaram o novo cessar-fogo. "É difícil confiar no ocupante", concluiu o texto.

Informações de veículos internacionais afirmam que a população de Mariupol está sem água e eletricidade há dias. Uma rota de evacuação para Zaporizhia se tornou inviável hoje (8) devido a forte bombardeio russo na cidade.

Segundo o site Sky News, a vice-primeira ministra da Ucrânia disse ainda que o país não vai aceitar a oferta russa de estabelecer corredores seguros para os civis seguirem em direção à Rússia. O país só concorda com saídas seguras para o oeste — Polônia, Eslováquia e Hungria.

"O inimigo lançou um ataque exatamente no corredor humanitário", disse o Ministério da Defesa ucraniano, hoje mais cedo. Segundo o governo, as tropas russas não deixaram crianças, mulheres e idosos saírem da cidade.

Já em Sumy, segundo o governador, Dmytro Zhyvytsky, 5 mil civis foram evacuados da cidade até o final do dia. Cerca de 1,7 mil eram estudantes estrangeiros de universidades ucranianas.

O prazo de cessar-fogo para abertura de corredores humanitários para retirada de civis de cidades que estão sendo atacadas na Ucrânia terminou às 16h (horário de Brasília, 21h em Kiev) desta terça-feira (8). Ainda assim, algumas pessoas seguem deixando o país.

Os cidadãos puderam sair pelas cidades ucranianas de Kiev, Kharkov, Chernigov, Sumy e Mariupol. A interrupção nos ataques começou na manhã, e possibilitou a operação se deu por meio de corredores humanitários para levar a população para Belarus e Rússia.

Em Sumy, no entanto, houve relato de um tiroteio, apesar do corredor humanitário

Essas rotas, no entanto, são duramente criticadas por autoridades ucranianas, já que obrigam que seus cidadãos se encaminhem para territórios russos ou de um aliado de Vladimir Putin.

Até o momento, mais de um milhão de pessoas cruzaram a fronteira da Ucrânia com a Polônia. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 1,7 milhões de ucranianos deixaram o país.

O que são corredores humanitários?

As zonas de trégua são chamadas também de corredores humanitários, ou seja, áreas não ocupadas por forças militares e funcionam como uma forma de acesso legal dos civis a zonas fora da guerra. A ONU (Organização das Nações Unidas) considera os corredores humanitários como uma das várias formas possíveis de pausa temporária em um conflito armado.

Os corredores são necessários quando as cidades estão sitiadas e a população está sem suprimentos básicos de alimentos, eletricidade e água, como ocorre atualmente em cidades ucranianas.

É a quarta tentativa de retirada de civis de áreas de conflito desde o primeiro dia da invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro.

*Com informações de AFP e Reuters