Espiões nos EUA tentaram vender segredos nucleares ao Brasil, diz NYT
O engenheiro naval dos Estados Unidos Jonathan Toebbe e sua esposa, Diana, tentaram vender ao Brasil alguns dos segredos militares por trás dos reatores nucleares que abastecem a frota de submarinos norte-americanos. As informações são do jornal The New York Times.
De acordo com a reportagem, que consultou um alto funcionário brasileiro e outras pessoas informadas sobre a investigação, os dois abordaram o Brasil há cerca de dois anos apresentando milhares de páginas de documentos confidenciais sobre reatores nucleares que ele havia roubado do estaleiro Washington Navy Yard ao longo dos anos.
O casal de espiões ofereceu as informações ao Brasil porque julgou o país como rico o suficiente para comprar os segredos, não hostil aos Estados Unidos e ansioso para obter a mesma tecnologia. Porém, assim que os dois entregaram os documentos ao serviço de inteligência brasileiro, o governo encaminhou as páginas ao FBI.
O casal Toebbe também escolheu o Brasil por não achar moralmente aceitável tentar vender os documentos para adversários dos Estados Unidos ou aliados muito próximos. O governo norte-americano quis divulgar, inicialmente, o nome do país para o qual o casal de espiões tentou vender os segredos nucleares, mas autoridades brasileiras insistiram que a cooperação não se tornasse pública.
Jonathan e Diana foram presos em outubro após serem enganados por um agente disfarçado do FBI, que se passou por representante do Brasil na negociação. Enquanto o engenheiro naval pode pegar até 17 anos de prisão, Diana enfrenta a possibilidade de até três.
No primeiro encontro entre o agente disfarçado e o casal de espiões, que culminou na prisão dos dois, Jonathan entregou uma amostra do material roubado escondida em um sanduíche de manteiga de amendoim.
O UOL entrou em contato com a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) do governo brasileiro para obter um posicionamento sobre a revelação. Caso haja resposta, o texto será atualizado.
Brasil negocia reator nuclear com a Rússia
Segundo a mesma reportagem do The New York Times, o governo Jair Bolsonaro (PL), porém, ainda tenta montar um programa de reator nuclear submarino. Para isso, se aproximou da Rússia, segundo um oficial militar russo relatou ao jornal norte-americano.
O presidente Jair Bolsonaro teria levado o material à Rússia quando se encontrou, dias antes da invasão na Ucrânia, com Vladimir Putin.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.