Ativistas globais cobram Brasil e Fifa a não repetir erros de 2014 em 2027
Entidades globais, sindicatos e ativistas cobram o governo brasileiro e a Fifa a garantir que a Copa Feminina de 2027 não repita os erros do Mundial de 2014 e que sirva para promover os direitos humanos no país.
Nesta sexta-feira, a Fifa escolheu o Brasil como sede da Copa de Futebol Feminino, numa disputa contra europeus. A decisão permitirá que, pela primeira vez, o Mundial viaje para a América do Sul.
Mas as entidades globais de direitos humanos, sindicatos e grupos da sociedade civil alertam que tanto o Brasil como a Fifa precisam adotar um novo comportamento.
"Já sofremos as consequências de megaeventos esportivos no Brasil marcados por diversas violações de direitos", diz Andrea Florence, diretora da Sport & Rights Alliance, uma coalizão global da sociedade civil que visa garantir que entidades esportivas, governos e outros atores relevantes promovam um sistema esportivo que proteja, respeite e cumpra com padrões de direitos humanos internacionalmente reconhecidos.
A aliança conta com entidades como a Anistia Internacional, Comitê para Proteção de Jornalistas, Football Supporters Europe, Human Rights Watch, ILGA Mundo (Associação Internacional de Pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex), a Confederação Sindical Internacional, Transparência Internacional, a World Players Association e a UNI Global Union.
"Temos agora a chance de assegurar que a Copa Feminina 2027 seja uma marco não apenas no mundo do esporte, mas também na promoção dos direitos humanos no país", disse Andrea.
"Para que isso aconteça, é fundamental que a Fifa e o governo brasileiro colaborem desde já com entidades da sociedade civil - tanto para traçar estratégias de mitigação e monitoramento de potenciais impactos adversos, quanto para utilizar o evento como catalizador de avanços de direitos", defendeu.
"Essa é a única maneira de garantir que a Copa Feminina no Brasil deixe um legado legítimo para a modalidade e para o país", completou.
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