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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Ucrânia: Ataque a teatro em Mariupol deixa uma pessoa ferida; não há mortos

Do UOL, em São Paulo*

17/03/2022 07h49Atualizada em 18/03/2022 17h50

O bombardeio a um teatro que serviu de refúgio para civis em Mariupol, cidade portuária no sudeste da Ucrânia sitiada por tropas russas, deixou um ferido em estado grave, mas nenhuma vítima, segundo o primeiro balanço divulgado hoje pelo conselho municipal.

"Segundo informações iniciais, não há mortos. Mas há relatos de uma pessoa gravemente ferida" no atentado, ocorrido anteontem, apontou uma fonte no Telegram. Cerca de 1,3 mil pessoas, de acordo com fontes citadas pela BBC, continuam presas nos subterrâneos do prédio do teatro.

Hoje, mais cedo, autoridades da cidade ucraniana informaram que ao menos 130 civis conseguiram sair com vida do abrigo antibomba do Teatro Dramático após um ataque ontem.

Ainda não se sabe ao certo quantos buscavam abrigo no local, mas estima-se que havia cerca de mil a 1,2 mil pessoas ali. A palavra "crianças" foi escrita ao lado da construção para indicar a presença de civis.

Dois parlamentares ucranianos também confirmaram que há sobreviventes. O deputado Sergiy Taruta e a vice-primeira-ministra para a Europa, Olga Stefanyshyna, informaram que as equipes de resgate estão conseguindo retirar os escombros que fecham a entrada do local e que "as pessoas estão saindo vivas".

"Depois de uma terrível noite de incertezas, na manhã do 22º dia da guerra, finalmente, boas notícias de Mariupol. O abrigo antibombas resistiu. Os escombros começaram a ser desmontados, as pessoas estão saindo vivas", escreveu Taruta, nas redes sociais.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

O Ministério da Defesa da Rússia negou ter realizado o ataque e atribuiu o ato a militantes do batalhão nacionalista Azov, uma organização paramilitar ucraniana. Não é possível checar a informação, mas alvos civis têm sido atingidos por mísseis russos.

A situação em Mariupol foi descrita como "catastrófica" por Vadym Denysenko, assessor do Ministério de Assuntos Internos da Ucrânia.

O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, informou que o governo estima mais de 20 mil mortos na cidade.

"Antes, Mariupol era uma cidade de 400 mil pessoas e, em três semanas, está em condições apenas de sobrevivência, sem água ou energia elétrica. É atingida por mísseis continuamente. Também os comboios humanitários estão sendo atacados. Estima-se que as perdas civis já passam de 20 mil", disse Reznikov à comissão de Relações Exteriores e Defesa do Parlamento Europeu.

Sobre o ataque ao teatro, o político destacou que "havia sinais que no interior estavam crianças, mas o monstro [Vladimir Putin] o atingiu mesmo assim".

Já o vice-prefeito da cidade, Sergei Orlov, deu uma entrevista à revista "Forbes" local e informou que as vítimas estão sendo enterradas em fossas comuns em um parque no centro de Mariupol.

"Nós os enterramos ali em várias fossas comuns. Os enterramos no City Garden no centro. Alguns mortos foram enterrados nos seus pátios [das residências]", disse à publicação.

Segundo Orlov, até 13 de março, a cidade contabilizava 2.358 mortos, mas o número conta apenas as pessoas que foram identificadas.

Hoje, a guerra entrou em seu 23º dia, mais um que Kiev teve civis atingidos pelo conflito. Na capital, segundo informações iniciais, ao menos uma pessoa morreu em ataque a dois prédios residenciais. Também houve relato de mortes em outras duas cidades na região de Luhansk.

Em um discurso a legisladores alemães, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez referência explícita ao Holocausto ao falar sobre a invasão da Rússia ao país e pediu que a Alemanha derrube o novo "muro" que está sendo erguido na Europa contra a liberdade, em referência ao Muro de Berlim.

* Com Ansa e AFP