Putin critica russos contrários à guerra: 'Serão cuspidos como mosquitos'
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou os russos pró-Ocidente e os classificou de "traidores nacionais". A fala ocorreu durante um discurso televisionado e teve como alvo a população que não apoia a invasão à Ucrânia, iniciada há 22 dias, e que Putin chama de "operação militar".
Putin afirmou que os russos "sempre serão capazes de distinguir verdadeiros patriotas dos que são escória e traidores e simplesmente os cuspirão como um mosquito que acidentalmente voou em suas bocas".
"Estou convencido de que uma autopurificação tão natural e necessária da sociedade só fortalecerá nosso país", continuou ele.
"O Ocidente tentará confiar na chamada quinta coluna, nos traidores nacionais, naqueles que ganham dinheiro aqui conosco, mas vivem lá. E quero dizer 'viver lá' nem mesmo no sentido geográfico da palavra, mas de acordo com seus pensamentos, sua consciência servil", disse Putin.
O termo "quinta coluna" geralmente se refere aos simpatizantes do inimigo e se originou durante a Guerra Civil Espanhola.
- Veja as últimas informações sobre guerra na Ucrânia e mais notícias do dia no UOL News com Fabíola Cidral:
Ele acusou o Ocidente de usar essa "quinta coluna" de russos traidores para criar distúrbios civis. "E há apenas um objetivo, já falei sobre isso — a destruição da Rússia". O país foi alvo de diversas sanções econômicas impostas em razão da guerra. Ontem, o presidente chamou as medidas de "míopes" e as comparou à perseguição contra judeus.
Resposta a Biden: 'Retórica inaceitável'
Ontem, o presidente Joe Biden, em uma mudança na posição dos EUA, disse que o líder russo era um "criminoso de guerra". Foi a mais dura condenação das ações de Putin por qualquer autoridade americana desde que a guerra na Ucrânia começou.
O democrata anunciou mais de US$ 800 milhões em assistência à segurança ucraniana, incluindo armas para abater aviões e tanques russos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a fala de Biden é uma "retórica inaceitável e imperdoável", de acordo com a agência de notícias Tass.
Mais cedo, em pronunciamento feito por vídeo em que se dirigiu ao Congresso dos Estados Unidos, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu que os americanos se lembrem dos atentados de 11 de setembro de 2001 quando pensarem nos ataques promovidos pela Rússia ao seu país e cobrou dos EUA a imposição de novas sanções.
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